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Internacional

Guaidó pretende anistiar militares e civis

Porém, ele exclui acusados de violações a direitos humanos
Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/02/2019 - 20:09
Brasília
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, fala durante encontro com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto.
© Antonio Cruz/Agência Brasil
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, fala durante encontro com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto
© Wilson Dias/Agência Brasil

Na passagem por Brasília, Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, reiterou hoje (28) que pretende anistiar militares e civis, atualmente leais ao governo de Nicolás Maduro, que decidirem apoiar sua interinidade. Segundo ele, a medida deverá se estender para os oficiais que estão no comando no país.

Questionado se prevê alternativas para a saída de Maduro do poder, o interino respondeu que crimes de violações não podem ser anistiados.

“Violações aos direitos humanos não são anistiáveis. Isso não está no cenário. Temos plena consciência que, para gerar governabilidade, de gerar garantias, aos setores, é parte de um processo muito complexo que está vivendo o povo da Venezuela. A violação de direitos humanos e perseguição geram cicatrizes na sociedade.”

Vários líderes estrangeiros examinam a hipótese de construção de uma saída negociada para Maduro para que deixe o comando da Venezuela, sem confrontos nem acirramento da crise política.

Para Guaidó, a transição democrática requer estabelecer meios para a governabilidade, o que passa pela anistia.

Juan Guaido, President of Venezuela's National Assembly, waves Venezuelan flag during a rally against Venezuelan President Nicolas Maduro's government and to commemorate the 61st anniversary of the end of the dictatorship of Marcos Perez Jimenez
Juan Guaido, autoproclamado presidente da Venezuela, em ato político em Caracas - Reuters/Carlos Garcia Rawlins/Direitos Reservados

"O objetivo central de qualquer transição é gerar, de novo, governabilidade, que permita atender a crise e os cidadãos. Nós temos falado de anistia e garantia, por exemplo, para os militares que se ponham ao lado da Constituição. Temos falado de anistia e garantia a civis, que respeitem o processo democrático."

Segundo o interino, é preciso vencer as dificuldades para poder avançar. “O que não podemos fazer, os venezuelanos, neste momento, é viver com ressentimento porque nos ataríam a um passado e um presente que é muito tortuoso.”