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Internacional

Parlamentares britânicos pedem extradição de Assange para a Suécia

Agência Brasil*
Publicado em 13/04/2019 - 13:03
Brasília
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, deixa o Tribunal de Magistrados de Westminster na van da polícia, depois de ser preso em Londres, na Grã-Bretanha.
© REUTERS/Henry Nicholls/Direitos Reservados

Mais de 70 parlamentares britânicos assinaram uma carta pedindo ao Ministério do Interior do Reino Unido para fazer "todo o possível" para permitir o envio de Julian Assange, fundador do Wikileaks, à Suécia, caso as autoridades suecas peçam sua extradição por um suposto caso de estupro, antes que ele seja enviado aos Estados Unidos.

Assange, de 47 anos, permanece em uma prisão britânica. O australiano foi detido na última quinta-feira na embaixada do Equador em Londres, onde estava refugiado há quase sete anos, por descumprir as condições de liberdade condicional em 2012 e por uma solicitação de extradição das autoridades dos EUA.

Na carta, que foi divulgada hoje (13) e assinada em sua maioria por deputados trabalhistas, os parlamentares pedem ao ministro de Interior, Sajid Javid, que priorize um eventual pedido de extradição da Suécia para "investigar adequadamente" uma denúncia de estupro que prescreverá em agosto de 2020.

A advogada da mulher que acusa Assange de estupro pediu a reabertura do caso. O Ministério Público da Suécia não descarta reabrir a investigação contra o jornalista e ativista pelo suposto crime sexual.

A investigação original, pela qual Estocolmo pedia a entrega de Assange, foi encerrada em 2017, diante da impossibilidade de fazê-la avançar com o ativista refugiado na embaixada do Equador.

Na carta, os deputados pedem a Javid que defenda as "vítimas da violência sexual" e permita que as acusações sejam devidamente investigadas. "Não presumimos a culpabilidade, certamente, mas acreditamos que o devido processo deveria ser seguido e a denunciante deveria ver que se faz justiça", escrevem os parlamentares. O texto foi compartilhado no Twitter pela deputada trabalhista Stella Creasy.

A carta sugere que as autoridades britânicas e americanas sabiam que o Equador iria retirar o asilo político do ativista australiano. "Parece que as autoridades suecas não estavam a par dos planos da detenção de Assange em Londres", dizem os parlamentares na carta, e acrescentam que agradeceriam se houvesse clareza sobre se os procuradores suecos foram informados com antecedência sobre a decisão.

Por sua vez, o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, pediu ontem que Assange não seja extraditado aos EUA. "O governo britânico deveria se opor à extradição de Julian Assange aos EUA por revelar provas das atrocidades no Iraque e no Afeganistão", escreveu Corbyn na sua conta no Twitter.

Os EUA pedem a extradição de Assange, a quem acusam de conspiração com Chelsea Manning – militar presa por acessar e divulgar informações sigilosas que resultaram no escândalo conhecido como Cablegate – para hackear a senha de uma rede de computadores do governo.

Um tribunal em Londres o considerou culpado nesta quinta-feira de ter violado as condições de liberdade condicional em 2012, tornando-o passível de ser condenado a uma pena de até 12 anos de prisão.

*Com informações da agência de notícias Deutsche Welle

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, deixa o Tribunal de Magistrados de Westminster na van da polícia, depois de ser preso em Londres, na Grã-Bretanha.
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, deixa o Tribunal de Magistrados de Westminster na van da polícia, depois de ser preso em Londres, na Grã-Bretanha. - REUTERS/Henry Nicholls/Direitos Reservados