Aeronáutica fará esquema de segurança aéreo na Cúpula do Brics
A realização da Cúpula do Brics, em Brasília, nos próximos dois dias, não provocará apenas restrições de trânsito nas vias da região central da capital. A Aeronáutica fará uma operação de segurança e estabelecerá limites também para o espaço aéreo.
O encontro, na quarta-feira (13) e quinta-feira (14), reunirá os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro; da África do Sul, Cyril Ramaphosa; da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Serão criadas “zonas de exclusão” com restrições de acesso para aeronaves no espaço aéreo da capital. As áreas terão diferentes tipos de cuidado, com maior proteção na região da Esplanada dos Ministérios, onde o encontro ocorrerá.
No raio de 7,4 quilômetros da esplanada, onde ficam as sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário, a área denominada “vermelha” ficará fechada para o sobrevoo de qualquer aeronave não autorizada pelo Comando da Aeronáutica. Nessa região haverá também um posicionamento de defesa antiaérea.
“Vamos criar um escudo em torno de Brasília, com caças de alta performance, para fazer frente a qualquer tipo de ameaça aérea, algum tráfego desconhecido”, explicou o chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), major-brigadeiro Ricardo Mangrich.
Um raio de 46,3 quilômetros da capital será considerada restrita. Qualquer voo que passe por essa área deverá ter autorização da Força Aérea Brasileira. De acordo com o chefe do Estado-Maior Conjunto, as limitações não significarão alterações no movimento de aeronaves comerciais.
“A aviação geral, regular, aquela que nós voamos, das empresas aéreas [privadas], que o usuário utiliza, esta não vai ser de forma alguma afetada. Os horários e os voos vão ser mantidos e não terá qualquer problema”, explicou.
Já no raio de 130 quilômetros da Esplanada dos Ministérios e fora das demais zonas, a área apelidada de "branca", não terá restrição de voo, mas as companhias e responsáveis pelas rotas deverão apresentar um plano de voo.
No total, a operação terá a participação de 1.600 militares, 40 aeronaves da Força Aérea Brasileira. O esquema repete experiências de outros grandes eventos, como a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), realizada em 2012, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Cúpula
Presidida pelo Brasil, a reunião tem como tema Crescimento Econômico para um Futuro Inovador. Segundo o Itamaraty, serão discutidos, prioritariamente, temas relacionados à ciência, tecnologia e inovação, economia digital, saúde e combate à corrupção e ao terrorismo. É a segunda vez que Brasília sedia a conferência – a primeira foi em 2010.
A cúpula conta ainda com uma agenda paralela. Amanhã (13), por exemplo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realiza um fórum empresarial com a participação de 800 representantes de governo e do setor privado dos cinco países para debater comércio, infraestrutura e inovação.
Juntos, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (cujas iniciais, em inglês, deram nome ao grupo) reúnem uma população de cerca de 3,1 bilhões de pessoas, o que equivale a aproximadamente 41% da população mundial, e responde por 18% do comércio mundial.
* Colaborou o repórter da Agência Brasil Alex Rodrigues