Cenário de epidemia do novo coronavírus em Nova York piora
O pior da epidemia de coronavírus atingirá o estado norte-americano de Nova York antes e de maneira mais agressiva do que se pensava anteriormente, afirmou o governador Andrew Cuomo nesta terça-feira, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que os Estados Unidos podem se tornar o epicentro da pandemia global.
Enquanto o presidente Donald Trump reforçou sua defesa da reabertura da economia dos Estados Unidos nas próximas semanas, Cuomo disse que a pressa para aliviar as restrições a viagens, socialização e trabalho em conjunto pode custar vidas.
"Se você perguntar ao povo americano para que escolham entre saúde pública e economia, então não há discussão. Nenhum americano dirá para que a economia seja acelerada ao custo de vidas humanas", disse o governador em um centro de convenções em Manhattan que está sendo transformado em um hospital temporário com mil leitos.
O estado governado por Cuomo, que tem a cidade mais populosa nos EUA, é o mais atingido pela epidemia, que infectou mais de 50 mil pessoas nos Estados Unidos e matou ao menos 660. O número de mortos em Nova York pela doença respiratória Covid-19 causada pelo vírus chegou a 157 pessoas.
A necessidade de leitos hospitalares esperada em Nova York no pico da pandemia saltou para 140 mil, disse Cuomo, comparada a 110 mil projetadas recentemente. Apenas 53 mil leitos estão disponíveis no momento.
A taxa de infecções está dobrando agora a cada três dias em Nova York e o pior ponto da epidemia, conhecido como apex, pode chegar em 14 a 21 dias, colocando uma gigantesca pressão no sistema de Saúde, disse Cuomo.
Uma semana após os nova-iorquinos e milhões de outros americanos começarem a se abrigar em casa, autoridades estatais e investidores financeiros alertaram nesta terça-feira contra o alívio das restrições antes da hora certa, mesmo com o efeito devastador das medidas de isolamento na economia norte-americana.