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Internacional

Covid-19: turistas fazem festas, mas moradores de Miami se isolam

Redes sociais mostram turistas sem máscaras dançando nas ruas
Zachary Fagenson - Repórter da Reuters
Publicado em 16/07/2020 - 06:13
Miami Beach
Moradores de Miami Beach, na Florida, observam a mudança no clima com a chegada do Furacão Matthew, que se aproxima da região com ventos fortes
© Cristobal Herrera/Agência Lusa/direitos reservados
Reuters

A algumas quadras do Centro de Convenções de Miami Beach, onde um hospital de campanha de emergência está pronto para lidar com possível onda de pacientes de covid-19, é tempo de festa na Ocean Drive, a famosa avenida beira-mar da cidade turística norte-americana.

Nos últimos dias, as redes sociais mostraram pessoas sem máscaras dançando nas ruas, espremidas em carros transformados em clubes noturnos improvisados e se amontoando ombro a ombro com bebidas nas duas mãos, nas áreas externas dos restaurantes.

"É um conto de duas cidades", disse o prefeito, Dan Gelber, em referência ao romance homônimo de Charles Dickens. "Nossos moradores são bastante responsáveis, mas nossos visitantes têm sido instáveis, e existem áreas onde parece que as únicas pessoas ali são aquelas que acham que não existe um vírus."

A Flórida está se tornando rapidamente o epicentro de uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus nos Estados Unidos. O Departamento de Saúde do estado confirmou mais de 9 mil casos novos na terça-feira (14), o que eleva o total a mais de 290 mil. Além disso, 133 mortes adicionais colocaram o número do estado acima de 4.500.

Na região populosa de South Florida, autoridades hospitalares relataram que prontos-socorros e unidades de tratamento intensivo estão quase lotados. No domingo (12), a Flórida relatou mais de 15 mil casos - um novo recorde diário que ultrapassou o pico de Nova York em abril.

Mas um grupo de veranistas de máscaras e biquínis, procedente da cidade de Nova York, disse que isso não basta para desestimulá-los. "Sabemos que existe uma pandemia, mas não é para deixar de viver a vida", disse Tamia Young, funcionária do Correio, de 36 anos, que partiu do bairro do Brooklyn com a mãe e duas filhas. "Tudo está fechado mesmo, então nem dá para curtir Miami."

O número de fechamentos aumentou nos últimos dias, ao mesmo tempo em que negócios parcialmente abertos começaram a submeter seus funcionários a exames de detecção do novo coronavírus e a receber alguns resultados positivos.

O Clevelander, hotel de Ocean Drive, conhecido por suas festas 24 horas por dia, reabriu em 18 de junho, mas fechou novamente depois que um dos empregados teve diagnóstico positivo.

Autoridades de Miami Beach estão planejando aumentar a presença policial na cidade, na esperança de dispersar multidões e garantir o distanciamento social, o uso de máscaras e a obediência dos restaurantes às restrições.