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Internacional

Venezuelanos protestam por serviços públicos e escassez de combustível

Mais de 100 protestos ocorreram desde o fim de semana
Vivian Sequera - Repórter da Reuters
Publicado em 30/09/2020 - 05:35
Caracas
Os defensores do líder da oposição venezuelana Juan Guaido, que muitas nações reconheceram como legítimo governante interino do país, participam de uma manifestação contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Caracas
© CARLOS GARCIA RAWLINS
Reuters

Uma nova rodada de protestos começou na Venezuela, à medida que o descontentamento se intensifica no interior quase abandonado do país, devido ao agravamento da escassez de combustível e à falha constante dos serviços públicos, disse a organização não governamental (ONG) Observatório Venezuelano de Conflito Social, com sede em Caracas, nessa terça-feira (29). 

De acordo com a ONG, mais de 100 protestos ocorreram desde o fim de semana em 19 dos 23 estados venezuelanos para exigir que as autoridades forneçam água, energia e combustível.

A indústria petrolífera, em colapso no país da Opep, não é mais capaz de fornecer combustível para os venezuelanos, e anos de má gestão e corrupção deixaram em ruínas grande parte da infraestrutura que transporta energia e água.

Um isolamento rigoroso, imposto pelo presidente Nicolás Maduro desde março por causa da covid-19, limitou ainda mais o movimento e as fontes de renda dos venezuelanos.

No passado, Caracas foi o centro dos movimentos de protesto da Venezuela, mas o governo priorizou as entregas de combustível nos postos de gasolina da capital, mantendo as ruas calmas.

No restante do país, os venezuelanos passam dias em filas em busca de gasolina, que muitas vezes nunca chega.

"Estamos diante de uma nova onda de protestos com a particularidade de que, desta vez, os protagonistas são os que vivem em vilas e cidades do interior da Venezuela", disse Marco Ponce, diretor do observatório, em entrevista coletiva online.

O governo de Maduro enviou forças de segurança para reprimir as manifestações, levando a pelo menos 50 prisões, afirmou Ponce.

O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário sobre a declaração do observatório.