Atuação de Trump na pandemia é foco de debate entre candidatos a vice
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e a candidata democrata ao cargo, Kamala Harris, duelaram sobre a atuação do governo do presidente Donald Trump na pandemia de coronavírus durante o debate entre ambos na noite desta quarta-feira (7), em um momento em que a Casa Branca se esforça para conter um surto que infectou Trump e dezenas de outras personalidades.
O encontro foi recheado de discussões sobre políticas e relativamente calmo, em forte contraste com caótico encontro da semana passada entre Trump e o candidato democrata, Joe Biden, marcado por uma série de interrupções do presidente e insultos pessoais de ambos os lados.
O diagnóstico de covid-19 de Trump, a sua idade e a de Biden acrescentaram peso ao debate entre os postulantes a vice, já que tanto Pence, de 61 anos, quanto Harris, de 55, buscaram demonstrar que são capazes de assumir a presidência se necessário. Tanto Trump, de 74 anos, quanto Biden, de 77, se tornarão o presidente mais velho a tomar posse se vencerem em novembro.
Disputa
Mas o duelo de quarta-feira não deve alterar a dinâmica de uma disputa na qual as pesquisas de opinião mostram Biden à frente a menos de quatro semanas da eleição de 3 de novembro. Os dois postulantes a vice foram evasivos ao responderem determinadas perguntas, se ativeram a determinados pontos e evitaram grandes gafes.
Harris, senadora pela Califórnia e ex-procuradora-geral do estado, imediatamente criticou a atuação de Trump em uma pandemia que já matou 210 mil pessoas nos Estados Unidos e devastou a economia do país.
"O povo americano testemunhou o maior fracasso de qualquer administração presidencial na história do país", disse ela no início do debate, realizado na Universidade de Utah, em Salt Lake City.
Na resposta, Pence culpou a China pela pandemia e elogiou os esforços do governo dos EUA para combater a doença, incluindo a decisão tomada por Trump no final de janeiro de restringir as viagens da China, então epicentro da pandemia.
"Quero que o povo americano saiba que desde o primeiro dia o presidente Donald Trump colocou a saúde da América em primeiro lugar", disse ele. "A China é responsável pelo coronavírus, e o presidente Trump não está feliz com isso", afirmou.
Os dois candidatos ficaram separados por 3,6 metros e por barreiras de acrílico, um lembrete sobre o vírus que provocou a maior crise de saúde pública mundial em um século.