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Internacional

Afeganistão: mulheres deverão frequentar aulas separadas dos homens

Governo não anunciou oficialmente planos para universitárias
Charlotte Greenfield - Repórter da Reuters*
Publicado em 02/02/2022 - 10:34
Jalalabad
Mulheres caminham em Cabul, capital do Afeganistão
03/01/2022 REUTERS/Ali Khara
© Reuters/ALI KHARA/Proibida reprodução
Reuters

As universidades públicas do Afeganistão reabriram nesta quarta-feira (2), pela primeira vez, desde que o Talibã assumiu o poder no ano passado, com alunas se juntando a colegas do sexo masculino ao voltar para o campus.

O governo talibã não anunciou oficialmente seu plano para as estudantes universitárias, mas autoridades da educação disseram à Reuters que as mulheres podem frequentar as aulas desde que estejam fisicamente separadas dos alunos do sexo masculino.

Testemunha da Reuters na cidade de Jalalabad, no leste do país, viu estudantes do sexo feminino entrando por uma porta separada na Universidade de Nangarhar, uma das grandes instituições governamentais que abriram nesta semana.

Sob o governo anterior de 1996 a 2001, o grupo islâmico linha-dura barrou mulheres e meninas na educação. O grupo diz que mudou desde que retomou o poder em 15 de agosto, com a retirada das forças estrangeiras, mas tem sido vago em seus planos. Meninas em idade escolar em muitas províncias ainda não foram autorizadas a retornar à escola. Algumas universidades privadas reabriram, mas em muitos casos as alunas não puderam voltar às aulas.

A comunidade internacional fez da educação de meninas e mulheres parte fundamental de suas demandas, à medida que o Talibã busca mais ajuda externa e o descongelamento de ativos no exterior.

Na noite dessa terça-feira (1º), a Organização das Nações Unidas (ONU) elogiou a inclusão de estudantes do sexo feminino nas universidades públicas do país, parecendo indicar confirmação oficial.

Um funcionário da área de educação, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a falar com a imprensa, disse que as universidades receberam opções diferentes para manter as alunas isoladas, incluindo aulas separadas e horários de funcionamento escalonados para dividir gêneros.

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