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Internacional

Além do coronavírus, Américas devem monitorar outros vírus, diz Opas

Casos de covid aumentam, e há outros vírus respiratórios em circulação
Steven Grattan – Repórter da Reuters*
Publicado em 01/06/2022 - 15:29
São Paulo
Pacientes aguardam testagem para covid-19 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tijuca. A Secretaria de Estado de Saúde aplica testes rápidos de antígeno e RT-PCR em pessoas com sintomas leves ou contato com infectados.
© Fernando Frazão/Agência Brasil
Reuters

Os casos de covid-19 nas Américas aumentaram 10,4% na semana passada em relação à anterior, mas os países da região precisam prestar atenção também à expansão de outros vírus respiratórios, alertou nesta quarta-feira (1°) a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). As Américas registraram mais 1.087.390 casos de covid-19 e 4.155 mortes na semana passada.

Os casos na América do Sul aumentaram 43,1%, o maior salto na região, enquanto o maior aumento de mortes relacionadas à covid-19 foi na América Central, com 21,3% de alta, informou a Opas em entrevista coletiva, acrescentando que os casos na região vêm crescendo nas últimas seis semanas.

Outros vírus respiratórios, como influenza, varíola do macaco e hepatite viral, também estão aumentando, e os países precisam prestar muita atenção a essas doenças também, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne. "O vírus da gripe está circulando novamente, e não apenas durante a estação da gripe tradicional", afirmou. "Os países devem expandir a vigilância para monitorar outros vírus respiratórios, não apenas o da covid-19", enfatizou.

México e Peru têm registrado maior número de casos de gripe do que o esperado, e Argentina, Chile e Uruguai relataram mais hospitalizações do que o habitual devido ao vírus.

A Opas advertiu que muitos lugares poderiam enfrentar a dupla ameaça de um surto de influenza junto com um aumento dos casos de covid-19, "o que representará um risco adicional para profissionais de saúde, idosos e mulheres grávidas".

O aumento de eventos climáticos extremos, como furacões, chuvas fortes e inundações em muitas partes das Américas, é outra pressão para os serviços de saúde na região, disse Carissa Etienne.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos e o Sistema de Integração da América Central esperam ver mais tempestades do que a média neste ano, disse a Opas, especialmente no Atlântico, no Golfo do México e no Caribe.

"Isso é preocupante, pois basta apenas uma tempestade grande para destruir o sustento das pessoas, prejudicar nossos sistemas de saúde e levar a inúmeras vidas perdidas", disse a diretora da Opas. "Devemos nos preparar cedo para não sermos pegos desprevenidos."

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