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Internacional

Com economia devastada, Ucrânia quer congelar pagamento de dívida

Resolução do governo propõe adiamento de dois anos
Reuters*
Publicado em 20/07/2022 - 14:56
Kiev
Instalações em Kharkiv, Ucrânia, destruídas por ataque militar russo
© REUTERS/Nacho Doce/Direitos reservados
Reuters

A Ucrânia pedirá aos detentores de títulos internacionais que concordem com um atraso de dois anos nos pagamentos de sua dívida, para que o país possa concentrar seus recursos financeiros, cada vez menores, em repelir a Rússia, mostrou uma resolução do governo publicada nesta quarta-feira (20).

Enfrentando uma queda estimada de 35% a 45% do produto interno bruto (PIB) deste ano após a invasão de Moscou em fevereiro, parlamentares instruíram o Ministério das Finanças do país a negociar o adiamento da dívida de cerca de US$ 20 bilhões até 15 de agosto.

O adiamento, que muitos credores dizem que provavelmente será aceito e recebeu rapidamente apoio das principais potências ocidentais, chegaria bem a tempo de adiar cerca de US$ 1,2 bilhão em pagamentos de dívidas com vencimento no início de setembro.

A resolução do governo publicada em seu site dizia que "todas as datas de pagamento de juros dos títulos" seriam adiadas sob o plano.

Em uma tentativa de evitar o que seria classificado como um calote, Kiev planeja oferecer aos credores, que incluem governos e muitos dos maiores fundos de investimento do mundo, pagamentos de juros adicionais assim que o congelamento terminar.

A Ucrânia estimou um déficit fiscal de US$ 5 bilhões de dólares - ou 2,5% do PIB pré-guerra - por mês, o que os economistas calculam que eleva seu déficit fiscal para 25% do PIB, em comparação com apenas 3,5% antes do conflito.

Além disso, pesquisadores da Escola de Economia de Kiev estimam que já serão necessários mais de US$ 100 bilhões para reconstruir a infraestrutura bombardeada na Ucrânia, enquanto o chefe do poderoso braço financeiro da União Europeia, o Banco Europeu de Investimento, alertou que pode chegar a trilhões.

*Reportagem adicional Karin Strohecker, em Londres

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