Otan pode elevar forças se tensões entre Sérvia e Kosovo aumentarem
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentará sua força de manutenção da paz em Kosovo se houver uma escalada das tensões com a vizinha Sérvia, disse o chefe da aliança nesta quarta-feira (17), às vésperas de negociações mediadas pela União Europeia (UE) entre os vizinhos dos Bálcãs ocidentais.
"Temos agora uma missão significativa, uma presença militar no Kosovo perto de 4 mil soldados", disse Jens Stoltenberg em entrevista coletiva após conversas com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, que estava ao lado dele, em Bruxelas.
"Se necessário, vamos mover forças, implantá-las onde for necessário e aumentar nossa presença. Já aumentamos a presença no norte. Estamos prontos para fazer mais."
As tensões entre Sérvia e Kosovo aumentaram este mês quando o governo kosovar disse que obrigará os sérvios que vivem no norte, que são apoiados por Belgrado e não reconhecem as instituições de Kosovo, a começar a usar placas de carros emitidas em Pristina.
A situação se acalmou depois que o primeiro-ministro de Kosovo, Albin Kurti, sob pressão dos Estados Unidos e da União Européia, concordou em adiar a regra das placas de carros até 1º de setembro e as forças de paz da Otan supervisionaram a remoção dos bloqueios de estradas estabelecidos pelos sérvios.
No entanto, Vucic disse na entrevista coletiva na Otan que as conversas com Kurti na quinta-feira, que serão mediadas pela UE, serão difíceis porque os dois lados discordam em quase tudo.
Kurti, que se reuniu com Stoltenberg mais tarde, sublinhou a determinação de Kosovo em se tornar membro da Otan.
"As ameaças, riscos e desafios que a Otan enfrenta no atual ambiente de segurança também são sentidos por nosso país", disse ele a repórteres, ligando os problemas à influência da Rússia.
Histórico
Kosovo conquistou a independência da Sérvia em 2008, quase uma década depois de uma revolta de guerrilha contra o governo repressivo de Belgrado.
A Sérvia legalmente ainda considera Kosovo parte integrante de seu território. O país nega ter provocado tensões e conflitos em Kosovo e acusa Pristina de atropelar os direitos das minorias sérvias. Os sérvios representam 5% da população de 1,8 milhão de Kosovo, que é 90% de etnia albanesa.
Vucic disse que a Sérvia quer evitar qualquer escalada da situação, mas é importante entender que há "uma nova geração de jovens" que vê Kosovo como território sérvio e não "suportará mais o terror".
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