logo Agência Brasil
Internacional

Ucrânia: missão da ONU diz que inspeção em usina nuclear levará dias

Inspetores seguiram hoje de Kiev para Zaporizhzhia
Tom Balmforth - Repórter da Reuters*
Publicado em 31/08/2022 - 13:27
Kiev
usina nuclear de Zaporizhzhia
© Reuters/Região da usina nuclear de Zaporizhzhia 24/8/2022 /Direitos reservados
Reuters

Inspetores nucleares da Organização das Nações Unidas (ONU) seguiram para a usina de Zaporizhzhia, na Ucrânia, nesta quarta-feira (31), afirmando que sua missão é evitar um acidente nuclear e tentar estabilizar a situação, após semanas de bombardeios nas proximidades.

Um repórter da Reuters, que acompanha a equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em um comboio a partir da capital Kiev, disse que os inspetores chegaram à cidade vizinha de Zaporizhzhia, onde provavelmente passarão a noite antes de visitar a usina, que fica em território controlado pela Rússia.

Autoridades russas, instaladas na área perto da usina, sugeriram que a visita poderá durar apenas um dia, enquanto autoridades da AIEA e ucranianas indicaram que deverá durar mais.

"A missão levará alguns dias. Se conseguirmos estabelecer uma presença permanente, ou uma presença contínua, será prolongada. Mas este primeiro segmento levará alguns dias", disse o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, durante entrevista em Zaporizhzhia.

"Temos uma tarefa muito importante a cumprir lá - avaliar a situação real, ajudar a estabilizar a situação o máximo que pudermos", disse ele, acrescentando que a equipe da AIEA tem garantias da Rússia e da Ucrânia para entrar na zona de guerra.

A Rússia capturou a usina, a maior da Europa, no início de março, como parte do que Moscou chama de "operação militar especial", o que Kiev e o Ocidente descrevem como invasão não provocada visando a tomar terras e apagar a identidade ucraniana.

Uma força militar russa está na usina desde então, assim como a maior parte da força de trabalho ucraniana que trabalha para continuar operando a instalação, que tradicionalmente abastecia a Ucrânia com 20% de suas necessidades de eletricidade.

Combates foram relatados tanto perto da usina quanto mais longe, com Kiev e Moscou reivindicando sucessos no campo de batalha. A Ucrânia monta contraofensiva para recapturar território no Sul. A Reuters não pôde verificar esses relatos de forma independente.

Há semanas, a Ucrânia e a Rússia trocam de colocar em perigo a segurança da usina com ataques de artilharia ou drones e arriscar um desastre de radiação como em Chornobyl.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.