Mudança climática pode devastar Oriente Médio e Mediterrâneo Oriental
As mudanças climáticas podem ter efeito devastador na vida de milhões de pessoas no Mediterrâneo Oriental e no Oriente Médio, onde as temperaturas estão subindo quase duas vezes mais rápido que a média global. O alerta foi feito hoje (6) por uma equipe internacional de cientistas.
A região pode ter aquecimento geral de até 5°C ou mais até o final do século, em um cenário de manutenção do padrão atual, segundo relatório preparado pelo Instituto Chipre.
O pico de temperatura foi quase o dobro do previsto em outras áreas do planeta e mais rápido do que qualquer outra parte habitada do mundo, mostra o documento.
Preparado sob a coordenação do Instituto Max Planck de Química e do Centro de Pesquisa do Clima e Atmosfera do Instituto Chipre, o relatório será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que será realizado no Egito em novembro.
Uma combinação de chuvas reduzidas e aquecimento climático contribuirá para secas severas, comprometendo a segurança hídrica e alimentar, com muitos países despreparados para o aumento do nível do mar.
"Esse [cenário] implicaria sérios desafios para a infraestrutura costeira e agricultura, e pode levar à salinização de aquíferos costeiros, incluindo o Delta do Nilo, densamente povoado e cultivado", disse George Zittis, do Instituto Chipre, autor do relatório.
O cumprimento das principais metas do Acordo de Paris, um pacto global de países para reduzir as emissões, pode estabilizar o aumento anual da temperatura em cerca de 2°C.
Os cientistas recomendam a rápida implementação de ações de descarbonização, com ênfase especial nos setores de energia e transporte.
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