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Internacional

Rússia: EUA estão por trás da crise de fornecimento de gás da Europa

Região enfrenta pior crise de gás de todos os tempos
Vladimir Soldatkin - Repórter da Reuters
Publicado em 06/09/2022 - 11:31
Vladivostok (Rússia)
Gasoduto Nord Stream 1
© REUTERS/Lisi Niesner/Direitos reservados
Reuters

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse hoje (6) que os Estados Unidos (EUA) fomentaram a crise de fornecimento de gás da Europa, empurrando os líderes europeus para a decisão "suicida" de cortar a cooperação econômica e energética com Moscou.

A Europa está enfrentando sua pior crise de fornecimento de gás de todos os tempos, com os preços da energia subindo. Os importadores alemães discutem até mesmo um possível racionamento na maior economia da União Europeia (UE), depois que a Rússia reduziu os fluxos de gás para o oeste.

Sobre o que precisa ocorrer para que o gasoduto Nord Stream 1 comece a enviar gás novamente, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, disse à Reuters: "Ouça, você está me fazendo perguntas que até crianças sabem a resposta: aqueles que começaram isso, precisam terminar com isso".

Ela afirmou que os Estados Unidos há muito procuravam romper os laços energéticos entre a Rússia e as grandes potências europeias, como a Alemanha, embora Moscou fosse um fornecedor de energia confiável desde os tempos soviéticos.

"O domínio de Washington prevaleceu", disse Zakharova à Reuters, em entrevista paralela ao Fórum Econômico Oriental em Vladivostok. "Forças políticas foram levadas ao poder na União Europeia e estão desempenhando o papel de 'ovelhas provocadoras'."

"É suicídio absoluto, mas parece que eles terão que passar por isso", acrescentou.

Os EUA e a UE acusam a Rússia de chantagem energética, depois que Moscou reduziu o fornecimento de gás aos clientes europeus. A Rússia disse que houve problemas técnicos com uma estação de compressão, cujo reparo foi impedido por sanções impostas pelo Ocidente a Moscou por causa da invasão da Ucrânia.

O Kremlin afirma que o Ocidente desencadeou a crise energética, ao impor as sanções mais severas da história moderna, um passo que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz ser semelhante a uma declaração de guerra econômica.

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