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Internacional

Irã convoca embaixador britânico e alega interferência em protestos

País intensifica acusações de interferência ocidental em distúrbios
Parisa Hafezi - Repórter da Reuters*
Publicado em 05/10/2022 - 08:56
Teerã
Protesto de mulheres em Shiraz, no Irã
© Reuters/Direitos Reservados
Reuters

O Irã convocou o embaixador britânico pela segunda vez desde que protestos em todo o país eclodiram no mês passado. Segundo a mídia iraniana, o país intensifica as acusações de interferência ocidental nos distúrbios desencadeados pela morte de uma mulher sob custódia policial.

O Irã acusou inimigos, incluindo os Estados Unidos, de orquestrar os atos, que marcam o maior desafio aos governantes clericais do país em anos, com manifestantes pedindo a queda da República Islâmica.

Pessoas em todo o Irã se juntaram aos protestos desde que Mahsa Amini, de 22 anos, morreu sob custódia da polícia da moral, que a deteve em Teerã, em 13 de setembro, por uso de "trajes impróprios".

Vídeos compartilhados hoje nas mídias sociais mostram meninas do ensino médio em Teerã tirando seus lenços da cabeça e cantando "morte ao (líder supremo aiatolá Ali) Khamenei". A Reuters não pôde verificar os vídeos de forma independente.

As autoridades estão realizando duras ações para reprimir a agitação, indicando preocupação com o alcance dos protestos, mesmo que os observadores não acreditem que o governo esteja perto de ser derrubado.

Testemunhas disseram à Reuters que a tropa de choque foi mobilizada fortemente em várias cidades nesta quarta-feira, principalmente em torno de universidades - um ponto focal de protestos.

O enviado britânico, convocado anteriormente em 24 de setembro, foi chamado novamente nessa terça-feira (4) em reação a "comentários intervencionistas" do Ministério das Relações Exteriores britânico, informou a agência de notícias Tasnim.

Representante do Ministério das Relações Exteriores iraniano disse que "declarações unilaterais" do Reino Unido mostraram que o país tem "papel nos cenários beligerantes de terroristas ativos contra a República Islâmica", disse a Tasnim.

A agência não detalhou as acusações, mas a autoridade acrescentou que Teerã consideraria possíveis opções em resposta a quaisquer ações incomuns do Reino Unido.

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