Mortos nos Estados Unidos durante passagem do Furacão Ian chegam a 54
O número de mortos devido à passagem do Furacão Ian subiu para 54, depois de as autoridades do estado da Flórida, no Sudeste dos Estados Unidos (EUA), terem confirmado 47 mortes, muitos por afogamento.
Uma lista dos mortos, divulgada por médicos legistas na Flórida, confirmou inúmeras mortes por afogamento, vítimas encontradas submersas ou a flutuar nas águas deixadas pelo furacão.
Ian atingiu na quarta-feira (28) a costa do Golfo da Flórida como poderoso furacão de categoria quatro (a segunda mais elevada), com ventos de 240 quilômetros (km) por hora, inundando residências.
Na Flórida, mais de 1.100 pessoas tiveram de ser salvas de áreas inundadas, informou o gabinete do governador Ron DeSantis neste sábado.
Só o condado de Lee, o mais atingido pelo furacão, registrou 35 mortes, de acordo com o chefe da polícia.
As buscas continuam para encontrar 16 passageiros de um barco com migrantes cubanos que naufragou devido ao mau tempo na quarta-feira, perto do arquipélago de Keys.
A Guarda Costeira disse que encontrou os corpos de dois migrantes na água, com outros nove resgatados no mar ou depois de nadarem até a costa.
Mais três pessoas morreram em Cuba quando a tempestade seguiu para o Norte, no início da semana.
O olho do furacão atingiu, na sexta-feira (30), a costa da Carolina do Sul, com ventos de até 140 km por hora, causando quatro mortes no estado vizinho da Carolina do Norte.
Duas das mortes deveram-se a acidentes de automóvel durante a tempestade. Um homem afogou-se, após o veículo que conduzia ter caído num pântano, e outro morreu de envenenamento por monóxido de carbono, procedente de um gerador elétrico na garagem.
O furacão deixou mais de 500 mil pessoas sem eletricidade durante horas na Carolina do Norte, Carolina do Sul e Virgínia, de acordo com o portal especializado Power Outage.
A Flórida tem ainda quase 1,2 milhão de habitações e empresas sem energia.
"Estamos apenas começando a ver a extensão da destruição", "provavelmente entre as piores" da história dos Estados Unidos, disse o presidente norte-americano, Joe Biden. "Vai levar meses, anos para reconstruir", lamentou.
As autoridades temem que o número de mortos aumente quando tiverem a oportunidade de vasculhar as áreas mais atingidas pelo furacão.
De acordo com estudo preliminar de cientistas americanos divulgado sexta-feira (30), as chuvas ligadas ao Furacão Ian aumentaram pelo menos 10% devido às mudanças climáticas.
"As mudanças climáticas não causaram o furacão, mas o tornaram mais úmido", disse um dos cientistas envolvidos no estudo, Michael Wehner, do Laboratório Nacional Lawrence-Berkeley, sob a tutela do Ministério do Meio Ambiente dos Estados Unidos.
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