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Internacional

Região da capital da Ucrânia é atacada por drones kamikaze

Governador de Kiev pede que os civis se mantenham nos abrigos
RTP
Publicado em 13/10/2022 - 08:06
Kiev
Kiev
© Evgen Kotenko/Ukrinform/NurPhoto/Direitos reservados
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Autoridades regionais ucranianas e a imprensa revelaram que as forças russas atacaram com drones kamikaze a região de Kiev, castigada novamente depois do bombardeio de uma ponte na Crimeia. Os últimos ataques seguem-se a três dias consecutivos de ataques russos à infraestrutura civil em toda a Ucrânia.

"Uma das comunidades regionais foi atacada. Relatos iniciais dão conta de que se tratou de um ataque de drone. As equipes de resgate responderam ao alerta", lê-se no Telegram da administração militar regional.

O governador regional de Kiev, Oleksiy Kuleba, pediu às pessoas que se mantenham nos abrigos até que as sirenes de alarme deixem de soar.

Infraestruturas importantes da região foram atingidas, acrescentou o gabinete do presidente Zelensky. "Outro ataque de drones kamikaze em instalações críticas", escreveu Kyrylo Tymoshenko no Telegram.

As forças ucranianas alegam que conseguiram impedir quatro ataques de drone.

Ataques

Os ataques russos não se restringiram à região da capital. A cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, foi alvo de "bombardeios massivos" durante a noite, revelou o prefeito da cidade Oleksandr Senkevych.

"Um prédio residencial de cinco andares foi atingido. Dois de seus andares superiores foram completamente destruídos, e o resto está coberto de escombros", disse Senkevych. No entanto, não há relatos de feridos ou mortos.

Outra cidade do Sul, Kikopol, também foi bombardeada durante a noite, disse o deputado Oleksiy Goncharenko nas redes sociais, acrescentando que cerca de três dezenas de prédio e casas particulares foram atingidas, deixando mais de duas mil famílias sem eletricidade.

Os últimos ataques seguem-se a três dias consecutivos de investidas russas à infraestrutura civil de toda a Ucrânia. No primeiro dia de ataques morreram pelo menos 19 pessoas.

Luta intensa

Foi uma semana particularmente intensa na Ucrânia - na segunda-feira (10) e terça-feira (11), ocorreram alguns dos mais pesados bombardeios russos em meses, com mais de 100 mísseis lançados, atingindo infraestruturas de energia e outros alvos não militares.

De acordo com o Ministério da Defesa britânico, depois de ter perdido cerca de 20 quilômetros no norte de Kherson no início de outubro, as forças russas tentam consolidar uma nova frente ocidental, com intensa luta nesta linha.

“Nos últimos dias, as autoridades de ocupação russas provavelmente ordenaram a preparação para a evacuação de alguns civis de Kherson”, acrescenta o relatório britânico. “É provável que eles prevejam que o combate se estenda até a própria cidade de Kherson.”

Otan

O armamento prometido pelo Reino Unido, Canadá, França e Holanda inclui mísseis e radares. Os EUA já fizeram uma promessa semelhante. Um sistema de alta tecnologia da Alemanha já está na Ucrânia.

As promessas acontecem enquanto 50 países aliados da Ucrânia se reúnem na sede da Otan em Bruxelas.

O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que os ataques dos últimos dias foram uma retaliação direta a um ataque à ponte que liga a Rússia à Crimeia, a península anexada por Moscou em 2014.

Três quartos dos 193 membros presentes na Assembleia Geral da ONU votaram ontem (12) a favor de uma resolução que reafirma a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia. A aprovação vem reforçar o isolamento de Moscou no panorama internacional.

O projeto de resolução, elaborado pela União Europeia e copatrocinado por dezenas de países de vários continentes, obteve 143 votos a favor, cinco contra (Rússia, Síria, Nicarágua, Coreia do Norte e Bielorrússia) e 35 abstenções (entre as quais a da China).

A resolução condena claramente os "referendos ilegais" da Rússia e a "tentativa de anexação ilegal" e diz que são inválidos sob o direito internacional.

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