Protestos contra mudança na Previdência mantêm pressão sobre Macron
O transporte público, as escolas e o abastecimento de refinarias foram atingidos na França nesta terça-feira (7), quando os sindicatos lideraram uma terceira onda de greves nacionais contra os planos do presidente Emmanuel Macron de fazer os franceses trabalharem por mais tempo antes da aposentadoria.
As greves multissetoriais e os protestos de rua de hoje acontecem um dia depois que a legislação da reforma previdenciária começou sua tramitação turbulenta pelo Parlamento e são um teste para a capacidade de Macron de promulgar mudanças sem uma maioria ativa na Assembleia Nacional.
O governo diz que as pessoas precisam trabalhar dois anos a mais – para a maioria, até os 64 anos – para manter o orçamento de um dos sistemas previdenciários mais generosos do mundo industrializado.
Os franceses passam o maior número de anos na aposentadoria entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – um benefício profundamente apreciado que uma maioria substancial reluta em abrir mão, mostram as pesquisas.
"Ficamos exaustos pelo trabalho", disse o aposentado Bernard Chevalier em um protesto na cidade de Nice, na Riviera, acrescentando que continuará protestando até que o governo abandone seu plano de aumentar a idade de aposentadoria.
"A aposentadoria deveria ser uma segunda vida, não uma sala de espera para a morte."
O ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, rejeitou as acusações da oposição de que o governo menosprezou a escala dos protestos de rua em todo o país no mês passado e disse que mudanças são necessárias.
"O sistema previdenciário é deficitário e se nos preocupamos com o sistema, precisamos salvá-lo", disse o ministro.
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