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Internacional

Kiev vincula futuro da Ucrânia à batalha no Leste

Cidade de Bakhmut é alvo de intensos combates há vários meses
RTP*
Publicado em 14/03/2023 - 08:32
Kiev
Área atacada em Bakhmut, na região de Donetsk
© REUTERS/Yevhen Titov/Direitos reservados
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

O futuro da Ucrânia depende do resultado das batalhas no Leste, incluindo Bakhmut e arredores, afirmou nessa segunda-feira (13) à noite o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Kiev e Moscou falam em fortes combates na pequena cidade, foco neste momento da invasão russa da Ucrânia. Há vários meses que Bakhmut é alvo de intensos combates de infantaria, já descritos como os mais sangrentos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

“A guerra está muito dura no Leste”, disse Zelensky no seu habitual pronunciamento noturno. O presidente mostra-se, no entanto, convicto da vitória: “Temos de destruir o poder militar do inimigo. E vamos destruí-lo”.

A guerra de trincheiras em Bakhmut, na região ucraniana de Donetsk, é descrita pelos dois lados como um “triturador de carne”. Kiev e Moscou comunicam centenas de baixas nas tropas inimigas.

Hoje, o Ministério da Defesa da Ucrânia revelou que suas tropas “mataram mais de 700 soldados russos, destruíram dez tanques, 15 veículos blindados de combate, 16 peças de artilharia e 11 drones”.

Ontem, a Rússia lançou cinco ataques com mísseis, 35 ataques aéreos e 76 ataques contra infraestruturas civis nas regiões de Sumy e Donetsk.

As forças ucranianas disseram ter repelido ataques a sete zonas na frente de Bakhmut.

Para a Rússia, conquistar Bakhmut é abrir caminho para controlar todo o território de Donetsk, um dos objetivos centrais da guerra. Já a Ucrânia, que decidiu defender a cidade em vez de se retirar, considera que desgastar os soldados russos poderá ajudar sua contraofensiva na primavera, momento em que os terrenos agora enlameados estarão mais secos.

Acordo sobre cereais

Kiev e Moscou estão em desacordo sobre a duração da extensão do acordo de cereais do Mar Negro. A Rússia quer prolongá-lo por 60 dias, ao passo que a Ucrânia insiste nos 120 dias de prorrogação mínima.

A agência de notícias russa Tass cita o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, segundo o qual o acordo, que ajuda a Ucrânia a exportar produtos agrícolas, foi prorrogado por 60 dias.

A Reuters cita um funcionário ucraniano que garantiu que Kiev vai cumprir os termos do acordo, mas exige a extensão por 120 dias.

Ancara confirmou que as negociações sobre a extensão do acordo ainda estão ocorrendo. A Turquia e a Organização das Nações Unidas (ONU) ajudaram a mediar o acordo original, assinado em julho de 2022.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou o compromisso de facilitar a exportação de alimentos e fertilizantes russos, após Moscou aceitar prolongar o acordo por apenas 60 dias. Em julho passado, as Nações Unidas e a Turquia negociaram acordos paralelos com a Ucrânia e a Rússia que permitem a Kiev enviar alimentos e fertilizantes de três dos portos ucranianos no Mar Negro, e a Moscou exportar alimentos e fertilizantes.

O acordo de 120 dias - que ajudou a aliviar parte do impacto do aumento global dos preços dos alimentos - foi renovado em novembro passado, mas expira no próximo sábado (18). Uma ampliação por mais quatro meses está na mesa de negociações.

O acordo permitiu a exportação de 24 milhões de toneladas de cereais e mais de 1.600 viagens seguras de navios pelo Mar Negro, com 55% das exportações de alimentos direcionadas para países em desenvolvimento, de acordo com dados da ONU.

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