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Internacional

Antimonarquistas criticam prisões "opressivas" em coroação do novo rei

Líder do Republic disse que ingleses perderam direito de se manifestar
Alistair Smout – Repórter da Reuters*
Publicado em 07/05/2023 - 16:48
Londres
Protesto fora da Abadia de Westminster antes do Commonwealth Service, em Londres. REUTERS/May James/File Photo
© REUTERS/May James
Reuters

Antimonarquistas criticaram neste domingo (7) o policiamento da coroação do rei Charles III, dizendo não haver mais direito a protestos pacíficos no Reino Unido depois que dezenas de manifestantes foram detidos durante a noite de sábado (6).

A polícia prendeu Graham Smith, líder do grupo Republic, e outras 51 pessoas no centro de Londres enquanto milhares de fãs da realeza se reuniam na capital para a cerimônia no sábado, dizendo que seu dever de evitar perturbações superava o direito de protestar.

O Republic disse que os membros começaram a ser liberados no final da noite de sábado, após quase 16 horas sob custódia.

"Esta foi uma ação pesada com aparência de prisão pré-determinada que teria ocorrido independentemente das evidências ou de nossas ações. O direito de protestar pacificamente no Reino Unido não existe mais", disse Smith em um comunicado.

"Essas prisões não foram para proteger as pessoas de danos, mas para proteger o rei do constrangimento."

A polícia disse no sábado que entendia a preocupação do público após as prisões, mas disse que agiu após receber informações de que os manifestantes estavam determinados a interromper a procissão da coroação.

O chefe da polícia de Londres, Mark Rowley, alertou na sexta-feira (5) que a polícia tomaria medidas se os manifestantes tentassem "obstruir a diversão e a celebração" das pessoas, dizendo que haveria uma "tolerância muito baixa" para interrupções.

A polícia ganhou mais poderes para limitar os protestos sob uma nova lei de policiamento aprovada no ano passado e uma lei de ordem pública que entrou em vigor em 3 de maio.

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