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Internacional

Maioria dos países da América Latina regride no combate à corrupção

Brasil, no entanto, melhorou na comparação com 2022
Carolina Pulice – Repórter da Reuters
Publicado em 27/06/2023 - 09:53
Cidade do México
Manifestantes comemoram condenação de ex-chefe de segurança do México Genaro Garcia Luna por corrupção e narcotráfico em tribunal federal em Nova York, nos EUA. Foto: REUTERS/David Dee Delgado/File Photo
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Reuters

Um índice que avalia a capacidade dos países latino-americanos de erradicar a corrupção mostrou que a maioria das nações da região está retrocedendo, de acordo com um ranking divulgado nesta terça-feira (27).

O Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC) 2023, publicado em conjunto pela Americas Society/Council of the Americas e a Control Risks, aponta para uma queda na pontuação média da região pela primeira vez desde 2020.

As pontuações em queda em 10 dos 15 países avaliados indicam "um ambiente anticorrupção que em muitos países é menos ativo e mobilizado do que nos anos anteriores", segundo o estudo.

Analisando 14 variáveis, incluindo a independência das instituições judiciais e a força do jornalismo investigativo, o Índice CCC baseia-se em dados extensos e em uma pesquisa realizada com os principais especialistas anticorrupção para pontuar e classificar os países em uma escala que vai de zero a 10.

Uma pontuação máxima de 10 reflete um país com maior probabilidade de processar e punir a corrupção. Oito dos 15 países analisados este ano pontuaram abaixo de 5. Primeiro colocado no ranking, o Uruguai obteve 6,99 pontos, seguido de Costa Rica (6,76) e Chile (6,67). Na outra ponta, Venezuela registrou 1,46 pontos, antecedido imediatamente por Bolívia (2,56) e Guatemala (2,86).

“Os contratempos geralmente não foram dramáticos em comparação com 2022, em vez disso refletem uma deterioração constante que ocorre há anos”, afirmou o relatório.

Confira o ranking:

Mapa do Índice de Capacidade de Combate à Corrupção elaborado pela Americas Society, Council of the Americas e a Control Risks. Arte: Americas Society/Council of the Americas/Control Risks

O Brasil (4,83) subiu duas posições no ranking e ficou em 8º lugar, com avanço de 1,5% na pontuação em relação a 2022, quando obteve 4,73 pontos.

“A pontuação do Brasil na categoria democracia e instituições políticas aumentou, refletindo sua resistência após vários anos de tensão”, disse o relatório, citando as tentativas do ex-presidente Jair Bolsonaro de influenciar investigações.

Segunda maior economia da região atrás do Brasil, o México (3,87) ficou em 12º lugar, mostrando "rebaixamentos pronunciados" nas categorias de sociedade civil e mídia, uma vez que os jornalistas mexicanos enfrentam "a maior taxa mundial de violência contra repórteres fora da Ucrânia", disse o relatório.

México e Guatemala  são os únicos países cuja pontuação caiu em todos os anos desde que o Índice CCC foi lançado, em 2019.

A Venezuela teve a maior queda no índice, marcando seu quinto ano consecutivo com a pontuação mais baixa da região.

O Uruguai seguiu em primeiro lugar, mas registrou um segundo ano consecutivo de queda, um sinal "de que nenhum país está imune à estagnação ou ao retrocesso na luta contra a corrupção", segundo o índice.

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