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Internacional

Livro de Dom Phillips será publicado um ano após seu assassinato

Jornalista inglês trabalhava em uma obra sobre preservação da Amazônia
William Schomberg – Repórter da Reuters*
Publicado em 02/06/2023 - 13:48
Londres
Manifestação em São Paulo após a morte do jornalista Dom Phillips e do ingenista Bruno Pereira no Amazonas
© REUTERS/Carla Carniel/Direitos reservados
Reuters

Um ano após o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia, enquanto trabalhava em um livro sobre a preservação da Floresta Amazônica, um grupo de jornalistas pretende terminar o projeto. A informação é da família e de ex-colegas do jornalista.

O livro How to Save the Amazon: Ask the People Who Know (Como Salvar a Amazônia: Pergunte a Quem Sabe, em tradução livre) será publicado pela Manilla Press, que pertence à editora Bonnier Books, com arrecadação de fundos para concluir o trabalho restante.

Phillips – um jornalista freelancer que escrevia para o The Guardian, The Washington Post e outros veículos de comunicação – havia concluído apenas metade do livro quando foi morto ao lado do indigenista Bruno Pereira, perto da fronteira do Brasil com o Peru. A Polícia Federal disse que os assassinatos foram planejados pelo suposto líder de uma gangue local porque Pereira representava uma ameaça para a operação da pesca ilegal na região.

Entre os escritores que vão ajudar a finalizar a obra estão Jon Lee Anderson, que escreve para a revista The New Yorker, Tom Phillips e Jonathan Watts, que trabalham para o The Guardian, e Andrew Fishman, presidente do The Intercept Brasil, além de escritores brasileiros.

Eles usarão notas e transcrições de entrevistas conduzidas por Dom Phillips e farão suas próprias viagens de pesquisa à região amazônica para completar os capítulos que faltam.

Uma equipe de outros jornalistas que também têm experiência na cobertura de questões relacionadas à Amazônia verificará os fatos e revisará os rascunhos dos capítulos, disse Watts.

"Dom foi morto por causa deste livro", disse ele. "O mínimo que podemos fazer é terminar a tarefa à qual ele dedicou a última parte de sua vida. Ele pode ter partido, mas não será silenciado."

Quatro pessoas foram acusadas de duplo homicídio e ocultação de cadáveres.

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