Número de mortes em acidente ferroviário na Índia chega a quase 300
Quase 300 pessoas morreram em uma colisão entre dois trens nesta sexta-feira (2), na Índia. Há mais de 900 feridos. Este é o pior acidente ferroviário da Índia nos últimos 20 anos. Um comboio de passageiros, que ligava Calcutá a Chennai, descarrilou e colidiu com outro que transportava mercadorias e seguia na outra linha.
Pelo menos 288 corpos foram encontrados entre a noite de ontem e a manhã deste sábado (3). Há ainda mais de 900 passageiros feridos, muitos deles em estado crítico, que foram levados para vários hospitais.
As equipes de resgate continuam a tentar acesso aos vagões destruídos à procura de passageiros que tenham ficado presos. De acordo com Sudhanshu Sarangi, oficial do Corpo de Bombeiros, as possibilidades de encontrar sobreviventes são reduzidas.
"Por volta das 22h locais [de sexta-feira], conseguimos resgatar os sobreviventes. Depois disso, tratou-se de recolher os cadáveres", disse. "Isto é muito, muito trágico. Nunca vi nada assim na minha carreira", acrescentou.
O acidente, de acordo com relatos de agências internacionais de notícias, ocorreu às 19h20 (hora local), perto de uma estação na localidade de Bahanaga, a 1.600 quilômetros a nordeste da capital, Nova Delhi.
Imagens transmitidas pelas estações de televisão mostram vagões completamente destruídos e amontoados de metal no local da tragédia.
Dez a 12 vagões de um comboio descarrilaram e os destroços de alguns dos vagões caíram em um trilho próximo, explicou o porta-voz da Indian Railways, Amitabh Sharma. Esses destroços foram, por sua vez, atingidos por outro comboio de passageiros, que seguia na direção oposta.
A agência de notícias Press Trust of India adiantou que um terceiro comboio de carga estaria envolvido no acidente, mas as autoridades indianas ainda não confirmaram a informação.
De acordo com as autoridades, 1.200 socorristas trabalharam durante toda a noite, apoiados por 115 ambulâncias, 50 ônibus e 45 unidades médicas móveis.
Um dos sobreviventes disse aos jornalistas que estava dormindo quando ocorreu o desastre e que, quando acordou, estava por cima de uma dúzia de outros passageiros.
Nas redes sociais, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que está "angustiado" com a tragédia. Por sua vez, o ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, destacou que a Força Aérea está mobilizada.
A Índia registrou, no passado, outros desastres ferroviários, embora a segurança tenha melhorado significativamente nos últimos anos, graças a novos investimentos maciços e atualizações tecnológicas.
O país tem a quarta maior rede ferroviária do mundo, depois dos Estados Unidos, da Rússia e da China, com cerca de 68 mil quilômetros, mais de 21 mil comboios e 7.349 estações, transportando diariamente 23 milhões de passageiros.
O acidente ferroviário mais mortal na Índia ocorreu em 6 de junho de 1981 quando, no Estado de Bihar (leste do país), sete vagões de um comboio que atravessava uma ponte caíram em um rio, o que causou entre 800 e 1 mil mortos.
O acidente de sexta-feira é o pior ocorrido em ferrovias indianas desde que um comboio abalroou fiéis reunidos em um festival hindu no estado de Punjab, no norte, em 19 de outubro de 2018, resultando em 60 mortos e 90 feridos.
Desde o início do século, 13 acidentes ferroviários, incluindo pelo menos três causados por ataques, fizeram, cada um, mais de 50 mortes.
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