Turquia pede que Suécia aja contra terrorismo para ter apoio na Otan
A Turquia atuará para ratificar a proposta de adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em conjunto com a cooperação de Estocolmo na luta contra o terrorismo, disse o presidente turco Tayyip Erdogan nesta sexta-feira (21).
Suécia e Finlândia solicitaram adesão à Otan no ano passado em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, abandonando as políticas de não alinhamento militar que tiveram durante a Guerra Fria. As candidaturas precisam ser aprovadas por todos os membros da aliança.
Enquanto atrasa a ratificação da candidatura sueca à Otan por mais de um ano, Erdogan inesperadamente concordou após a cúpula da aliança na Lituânia neste mês em encaminhá-la ao Parlamento da Turquia quando a legislatura se reunir novamente em outubro.
"O cronograma de trabalho do Parlamento turco determinará o processo de adesão da Suécia à Otan (ratificação)", disse Erdogan a repórteres em um voo retornando de países do Golfo, de acordo com seu gabinete.
"Será favorável à Suécia se eles tomarem medidas concretas na luta contra organizações terroristas e na extradição de terroristas", explicou.
Ancara acusa Estocolmo de fazer pouco contra indivíduos que a Turquia vê como terroristas, principalmente membros do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e o grupo que Ancara acusa de orquestrar um golpe fracassado em 2016, tendo a extradição como ponto crítico.
O tribunal superior da Suécia bloqueou recentemente a extradição de dois cidadãos turcos que Ancara diz fazerem parte de um grupo terrorista.
"Esperamos que as promessas sejam cumpridas", disse Erdogan.
Erdogan estava se referindo a um acordo que Turquia, Suécia e Finlândia fecharam no ano passado em Madri com o objetivo de abordar os temores de segurança de Ancara.
A Turquia condenou na quinta-feira (20) a destruição parcial de um Alcorão em frente à embaixada do Iraque em Estocolmo, mas Erdogan não comentou publicamente sobre o incidente enquanto estava no avião.