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Internacional

Grupo Wagner confirma enterro de Prigozhin em cerimônia privada

Segundo o grupo, o líder mercenário foi enterrado em São Petersburgo
Rachel Mestre Mesquita – repórter da Reuters
Publicado em 29/08/2023 - 14:37
Lisboa
Grave of Wagner mercenary chief Prigozhin in Saint Petersburg
© Reuters/Stringer

Os restos mortais do líder mais conhecido do grupo Wagner foram enterrados nesta terça-feira (29), em um cemitério da sua cidade natal, São Petersburgo.

A informação foi veiculada pelo serviço de imprensa do grupo mercenário russo através da rede social Telegram, onde surgiram igualmente imagens da cerimônia fúnebre e do local onde Yevgueny Prigozhin foi sepultado, alegadamente perto do jazigo de seu próprio pai.

Estiveram presentes na cerimónia apenas familiares e membros do círculo íntimo do líder do Wagner. O Presidente Vladimir Putin, de quem Prigozhin seria alegadamente próximo, não compareceu.

A discrição do funeral contrasta com as honras militares a que Prigozhin e outros líderes do grupo Wagner teriam direito enquanto heróis da Rússia. 

O serviço de imprensa do Wagner convidou "todos os que se quiserem se despedir a visitar o cemitério de Porokhovskoye, de São Petersburgo".

Suspeita de atentado

A morte de Prigozhin, aos 62 anos, foi confirmada após análise de DNA dos restos humanos de 10 pessoas, encontrados entre os destroços do avião Embraer em que seguiam e que caiu no dia 23 de agosto, perto de Moscou, quando se dirigia a São Petersburgo.

Antes da queda várias testemunhas ouviram pelo menos uma explosão. Análises norte-americanas têm afastado a probabilidade do aparelho ter sido abatido por um míssil e a hipótese de uma bomba tem ganhado força.

O chefe do grupo Wagner tinha incompatibilidades com as chefias militares russas, depois de acusa-las por diversas vezes e de forma pública de falhas e incompetência operacional. A lista de suspeitos pela queda do aparelho incluem essas chefias militares, bem como o próprio presidente russo, Vladimir Putin.

No final de junho, o grupo Wagner e Prigozhin tinham desafiado o poder russo, abandonando em peso os campos de batalha da Ucrânia e invadindo território russo, chegando a ameaçar Moscou.

Putin, de quem Prigozhin era próximo até essa revolta, falou em "traição", mas acabou por aceitar a transferência dos milicianos Wagner para a Bielorrússia. A maioria dos analistas considerou então que, depois desta afronta, a vida de Prigozhin estava por um fio.

O Kremlin negou qualquer envolvimento na queda do aparelho e diz que as investigações serão rigorosas.

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