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Internacional

Naufrágio na costa de Myanmar deixa pelo menos 17 mortos

Barco transportava migrantes rohingya que tentavam fugir do país
RTP*
Publicado em 10/08/2023 - 06:45
Naipidau
Refugiados rohingya atravessam o rio Naf, entre Myanmar e Bangladesh
© Unicef/LeMoyne
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Pelo menos 17 pessoas morreram afogadas na costa de Myanmar, antiga Birmânia, no naufrágio de um barco que transportava migrantes rohingya - minoria muçulmana apátrida - que tentavam fugir do país, informaram nesta quinta-feira (10) os serviços de resgate.

"Encontramos 17 corpos", disse Byar La, socorrista da Fundação Shwe Yaung Metta, acrescentando que foram descobertos oito homens vivos e que mais 30 pessoas estão desaparecidas.

Anualmente, milhares de rohingyas arriscam suas vidas em perigosas viagens marítimas a partir de acampamentos em Bangladesh e Myanmar, na tentativa de chegar à Malásia e à Indonésia, de maioria muçulmana.

Mais de 50 pessoas estavam a bordo do barco, que seguia para a Malásia quando, no mar agitado, teve problemas durante a noite de domingo para segunda-feira, de acordo com Byar La.

"Encontramos oito homens vivos. A polícia levou-os para interrogatório", contou.

As equipes de resgate ainda buscam pessoas desaparecidas, acrescentou.

No estado predominantemente budista de Rakhine, em Myanmar, vivem cerca de 600 mil muçulmanos rohingya, que são considerados intrusos de Bangladesh, embora vivam no país há gerações e não tenham cidadania nem liberdade de movimento.

Em 2017, uma repressão dos militares de Myanmar forçou cerca de 750 mil rohingya a fugir do país para Bangladesh, após relatos generalizados de assassinatos, incêndios criminosos e violações.

A Comissão Europeia aprovou no mês passado 12,5 milhões de euros para apoiar as populações em Myanmar e os refugiados rohingya em Bangladesh, após grave crise humanitária naquela região da Ásia.

Os recursos serão aplicados para atender às necessidades humanitárias da população em Myanmar, assim como os refugiados daquela minoria étnica e as comunidades que os acolhem na região, fronteira entre Bangladesh e a antiga Birmânia.

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