Trump é fichado em Atlanta em processo sobre eleição
Donald Trump deixou uma prisão de Atlanta depois de ter sido fichado por mais de uma dúzia de acusações criminais nesta quinta-feira (24), como parte de um amplo processo criminal decorrente das tentativas do ex-presidente dos Estados Unidos de reverter sua derrota nas eleições de 2020 no Estado da Geórgia.
Um Trump sério foi retratado olhando para a câmera na "foto de réu". A imagem representou mais um momento extraordinário para Trump, que não teve de se submeter a uma fotografia ao se apresentar nos seus outros três processos criminais.
A comitiva de Trump deixou a prisão cerca de 20 minutos depois de entrar e seguiu em direção ao aeroporto Hartsfield-Jackson, em Atlanta, onde seu avião particular o esperava para transportá-lo de volta ao seu clube de golfe em Nova Jersey.
Antes de embarcar, Trump repetiu a sua afirmação de que a acusação -- juntamente com os procuradores nos outros indiciamentos que enfrenta - tem motivação política.
“O que aconteceu aqui é uma farsa de Justiça”, disse ele aos repórteres. "Não fiz nada de errado e todo mundo sabe disso."
Trump, de 77 anos, já entrou em território desconhecido como o primeiro ex-presidente dos EUA a enfrentar acusações criminais, embora os quatro casos movidos contra ele não tenham prejudicado o seu status de favorito na corrida pela nomeação republicana para desafiar o presidente democrata Joe Biden nas eleições de novembro de 2024.
Dezenas de apoiadores, agitando bandeiras de Trump e bandeiras dos EUA, se acotovelaram para dar uma olhada quando Trump chegou à prisão. Entre os apoiadores de Trump reunidos do lado de fora estava a deputada da Geórgia Marjorie Taylor Greene, uma das aliadas mais leais do ex-presidente no Congresso.
Lyle Rayworth, de 49 anos, que trabalha no setor de aviação na região de Atlanta, estava esperando perto da prisão há 10 horas, desde a manhã desta quinta-feira.
“Sim, espero que ele me veja agitando bandeiras, mostrando apoio”, disse Rayworth enquanto aguardava a chegada de Trump. "Ele precisa de nós."
O empresário e celebridade que virou político se junta às fileiras onde estão o gangster Al Capone, o cantor Frank Sinatra e outros norte-americanos famosos que posaram para fotos na prisão.
A imagem certamente será amplamente divulgada tanto pelos inimigos quanto pelos apoiadores de Trump.
"Queremos colocá-la em uma camiseta. Será espalhada por todo o mundo. Será uma imagem mais popular do que a Mona Lisa", disse Laura Loomer, 30 anos, ex-candidata republicana ao Congresso que se misturou com outros apoiadores de Trump fora da prisão na manhã desta quinta-feira.
Mais cedo, o juiz Scott McAfee marcou a data de 23 de outubro para o julgamento de um dos 18 corréus de Trump, o advogado Kenneth Chesebro, depois que a promotora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, propôs essa data em resposta ao pedido de Chesebro para um julgamento rápido. A determinação do juiz dizia que o cronograma ainda não se aplica a Trump ou a qualquer outro réu.
Pelo menos 10 de seus corréus já foram autuados. Alguns, como Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, ficaram impassíveis em suas fotos, enquanto outros, como a advogada Jenna Ellis, sorriram para a câmera.
Todos os 19 réus têm até sexta-feira para se apresentarem.
Trump enfrenta 13 acusações criminais no caso da Geórgia, incluindo extorsão, por pressionar autoridades estaduais a reverter sua derrota eleitoral e criar uma lista ilegítima de integrantes do Colégio Eleitoral para minar a certificação formal da vitória de Biden em 2020 pelo Congresso.