Presidente da Comissão Europeia visita Lampedusa a pedido de Meloni
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajará neste domingo (17) para Lampedusa, Sul da Itália, atendendo a um pedido da primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, devido ao agravamento da crise migratória na ilha. A informação foi confirmada neste sábado (16) pelo porta-voz Eric Mamer, em mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter).
Com a chegada de mais de 10 mil migrantes a Lampedusa, a ilha mais próxima da África, em três dias, Meloni escreveu uma carta à presidente da Comissão Europeia nesta sexta-feira, pedindo-lhe para visitar a ilha "a fim de compreender pessoalmente a gravidade da situação".
Meloni pediu também a aplicação imediata imediata do acordo sobre migrações que Bruxelas assinou com a Tunísia em julho passado, que inclui assistência financeira de mais de 1 bilhão de euros.
A chegada de migrantes à ilha diminuiu nas últimas horas, embora haja ainda 2.500 pessoas à espera de transferência para centros de acolhimento.
Ontem, Meloni anunciou um pacote de medidas para convencer os migrantes que tentam chegar à Itália de forma ilegal, sobre a ampliação para 18 meses do período de permanência em centros de detenção daqueles que aguardam o repatriamento, o máximo permitido por lei.
Uma reunião, por videoconferência, sobre a crise migratória em Lampedusa, será realizada hoje, com a participação dos ministros do Interior francês, italiano e alemão, a Presidência espanhola do Conselho da União Europeia e a comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson.
A reunião ocorre depois de cerca de 8.500 pessoas terem chegado de barco à pequena ilha de Lampedusa em três dias, nesta semana, reabrindo o debate sobre a divisão de responsabilidades na União Europeia (EU) em relação aos que solicitam asilo.
Este ano desembarcaram na Itália 127.207 migrantes, quase o dobro dos 66.237 que o fizeram no mesmo período do ano passado, e o triplo de 2021 (42.750), segundo dados do Ministério do Interior atualizados nesta sexta-feira.
O vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, pediu a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU) em resposta à pressão migratória da África, que aumenta significativamente por via marítima.
"Não devemos subestimar o que está a ocorrer na África. Também discutiremos isso nas Nações Unidas", prometeu Tajani, à margem da assembleia anual da Confindustria, em Roma. Ele disse que levará o tema em sua viagem a Nova York, onde deverá pedir a intervenção da ONU.
"São necessárias medidas para conter os fluxos migratórios", afirmou Tajani, que defendeu a necessidade de encontrar forma de repatriamento de muitos dos imigrantes.
A Comissão Europeia apelou à solidariedade dos seus Estados-membros, depois de a Alemanha ter decidido suspender temporariamente o acolhimento de requerentes de asilo provenientes da Itália.
"Precisamos de solidariedade e contamos com todos os Estados-membros para garantí-la", disse a porta-voz comunitária do Interior, Anitta Hipper, referindo-se à declaração assinada por 21 países europeus em junho de 2022, que estabeleceu a criação do Mecanismo Voluntário de Solidariedade, para responder às dificuldades migratórias.
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