EUA rechaçam pressão de Estados árabes por cessar-fogo em Gaza
Líderes árabes cobraram neste sábado um cessar-fogo imediato na ofensiva militar de Israel contra Gaza, pressionando o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a convencer Israel, mas o principal diplomata norte-americano disse que uma interrupção neste momento apenas permitiria que o grupo militante palestino Hamas se reagrupasse e atacasse Israel novamente.
Em uma rara discordância pública em uma entrevista coletiva realizada em Amã, ministros das Relações Exteriores de Jordânia e Egito, que estavam ao lado de Blinken, defenderam várias vezes uma pausa nas hostilidades, dizendo que a morte de dezenas de civis não pode ser justificada como legítima defesa.
Eles também se recusaram a discutir em profundidade o que acontecerá a seguir em Gaza, quando e se o Hamas for erradicado, dizendo que o foco imediato tem que ser nas tentativas de estabelecer uma interrupção das hostilidades.
Blinken está em sua segunda viagem para a região desde que Israel e Hamas entraram em guerra em 7 de outubro, quando o grupo militante islâmico palestino cruzou a fronteira de Gaza e, segundo Israel, matou 1.400 pessoas e tomou 240 como reféns.
Autoridades sanitárias de Gaza, governada pelo Hamas, dizem que mais de 9.250 palestinos foram mortos em ataques israelenses desde então. O exército israelense atingiu Gaza pelo ar, impôs um bloqueio e lançou uma operação por terra, provocando o alarme global com as condições humanitárias no enclave. Alimentos são escassos e os serviços médicos estão entrando em colapso.
A quantidade cada vez maior de mortes civis em Gaza intensificou cobranças internacionais por um cessar-fogo, mas Washington, assim como Israel, até agora as rechaçou, embora tenha tentado persuadir Israel a aceitar pausas localizadas - uma ideia rejeitada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se reuniu com Blinken na sexta-feira.
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