Gaza recebe auxílio via fronteira com Israel
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A passagem Kerem Shalom entre Israel e Gaza foi aberta neste domingo (17) para caminhões de ajuda humanitária pela primeira vez desde o início da guerra, disseram autoridades, uma medida que visa dobrar a quantidade de alimentos e remédios que chega ao enclave.
A passagem foi fechada após um ataque do Hamas em 7 de outubro e a ajuda estava sendo entregue exclusivamente através da passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito, que, segundo Israel, só poderia acomodar a entrada de 100 caminhões por dia.
Duas fontes do Crescente Vermelho Egípcio disseram à Reuters que os caminhões estavam começando a entrar no domingo pela passagem de Kerem Shalom a caminho de Gaza. Uma delas disse que havia 79 caminhões.
Kerem Shalom, na fronteira entre Egito, Israel e Gaza, é um dos principais pontos de trânsito de mercadorias que entram e saem de Gaza, e permite um deslocamento muito mais rápido do que a passagem de passageiros de Rafah a poucos quilômetros de distância.
Israel aprovou a entrada de auxílio na semana passada.
Mas a ajuda pode não chegar aos cidadãos de Gaza, disse o coronel Elad Goren, líder do Departamento de Civis do Cogat, o braço militar que coordena auxílio humanitário nos territórios palestinos. Segundo disse à Reuters, as agências humanitárias de Gaza ainda não ampliaram sua capacidade de distribuir auxílio para atender à demanda do fluxo de pessoas que fugiram para o sul após o alerta de Israel.
"Se a ONU não tiver a capacidade de coletar e distribuir não importa quantas passagens abrirmos", disse Goren. "Eles não podem confiar no mesmo mecanismo que tinham antes da guerra".
"Nós nos ajustamos", disse Goren. "A ONU infelizmente não".
As agências relevantes da ONU não foram encontradas imediatamente para comentar.
* Com Yusri Mohamed, no Cairo; Nayera Abdallah, em Dubai, e Emma Farge, em Genebra
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
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