Proibição de fogos de artifício causa polêmica na China
Parlamentares chineses participaram nesta sexta-feira (29) de um acalorado debate online sobre se fogos de artifício deveriam ser usados no Ano Novo Lunar, em fevereiro, dizendo que seria difícil implementar a proibição total dos artefatos pirotécnicos no país que os inventou. Em uma resposta incomum de tão franca, parlamentares disseram que a poluição e as regras de prevenção de incêndios causaram "diferenças de entendimento" sobre a proibição dos fogos, que nunca foi absoluta.
Em 2017, dados oficiais mostraram que 444 cidades haviam proibido fogos de artifício. Desde então, algumas delas afrouxaram suas legislações, permitindo a pirotecnia em alguns momentos do ano e em lugares específicos. Neste mês, contudo, vários condados proibiram os fogos, reacendendo a discussão. Um usuário do Weibo, uma popular rede social chinesa, escreveu: "temos o direito a soltar fogos".
Segundo o folclore, os primeiros fogos de artifício foram inventados há 2 mil anos para afastar o "nian", uma besta mítica que atacava pessoas e animais na véspera do Ano Novo Lunar, ou Festival da Primavera.
Uma pesquisa online feita pelo jornal Beijing Youth Daily nesta semana mostrou que mais de 80% dos entrevistados apoiam o uso de fogos de artifício durante o Festival da Primavera, o mais importante feriado no calendário chinês.
Alguns afirmaram que a proibição é irônica, tendo ocorrido bem no momento em que as Nações Unidas adotaram, na semana passada, o Festival da Primavera como um feriado oficial, medida comemorada pelas autoridades chinesas. "O Festival da Primavera pertence ao mundo, mas na China ele já quase acabou", escreveu outro usuário do Weibo.
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