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Internacional

Guerra no Oriente Médio completa 100 dias; combates seguem em Gaza

Tiroteios se concentraram hoje na cidade de Khan Younis, ao sul
Nidal al-Mughrabi e Fadi Shana - Repórteres da Reuters*
Publicado em 14/01/2024 - 12:34
Doha e Gaza
A screen grab taken from a video posted on social media by the Palestinian Civil Defence on December 5, 2023, shows what they say are members of the Palestinian Civil Defence rescue team working in a collapsed building in a location given as Gaza. Palestinian Civil Defence/Handout via REUTERS    THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. MANDATORY CREDIT. NO RESALES. NO ARCHIVES.
© REUTERS/PALESTINIAN CIVIL DEFENCE
Reuters

Tanques e aviões israelenses atingiram alvos no sul e no centro de Gaza neste domingo (14) e houve fortes tiroteios em algumas áreas. A guerra completa 100 dias desde o ataque de 7 de outubro contra Israel, liderado por homens armados do movimento islâmico Hamas.

As comunicações e os serviços de internet foram interrompidos pelo terceiro dia consecutivo, complicando o trabalho das equipes de emergência e de ambulâncias que tentam ajudar as pessoas nas áreas atingidas pelos combates.

Os tiroteios se concentraram na cidade de Khan Younis, ao sul, onde o Hamas disse que seus combatentes atingiram um tanque israelense, bem como em Al-Bureij e Al Maghazi, no centro de Gaza, onde os militares israelenses informaram que vários militantes foram mortos.

Os militares de Israel também disseram que suas forças destruíram vários locais usados pelo Hamas para disparar foguetes contra Israel.

Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde de Gaza informou que 125 pessoas foram mortas e 265 ficaram feridas, elevando o número total confirmado de mortos desde o início da guerra para quase 24 mil, com mais de 60 mil feridos.

Falando por meio de um link de vídeo em uma conferência em Istambul, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, elogiou o ataque de 7 de outubro dos combatentes do grupo, que invadiram as comunidades israelenses ao redor da Faixa de Gaza, matando mais de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 240 reféns, de acordo com os registros israelenses.

"Não estamos buscando guerras. Buscamos a liberdade", disse ele, acrescentando que o ataque foi, em parte, uma resposta ao bloqueio israelense de anos à Faixa de Gaza, que o Hamas controla desde 2007.

As Forças Armadas israelenses afirmam que passaram para uma nova fase da guerra, com foco no extremo sul do território, onde quase 2 milhões de pessoas estão abrigadas em tendas e outras acomodações temporárias, após a fase inicial centrada no extremo norte, incluindo a Cidade de Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou os apelos por um cessar-fogo, dizendo que Israel continuará até alcançar a vitória completa sobre o Hamas. Os militares afirmam, no entanto, que a próxima fase da guerra verá operações mais direcionadas contra os líderes e as posições militares do movimento.

Na fronteira norte de Israel com o Líbano, onde tem havido troca de tiros constante entre as tropas e os combatentes da milícia Hezbollah, apoiada pelo Irã, os militares disseram que mataram quatro militantes armados que tentavam atravessar a fronteira.

O governo informou que vários mísseis antitanque foram disparados contra o norte de Israel, um dos quais atingiu uma casa na comunidade de Kfar Yuval, matando uma pessoa e deixando outras vítimas.

Em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, Nana, uma estudante do ensino médio de 17 anos, deslocada do norte de Gaza, disse que 100 dias de guerra viraram sua vida de cabeça para baixo.

"Exigimos que a ocupação não apenas acabe com a guerra, mas também uma indenização pelos danos psicológicos do deslocamento e pelas dificuldades sofridas", afirmou.

(Reportagem adicional de Ari Rabinovitch em Jerusalém)

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