Alemanha acusa Rússia de “guerra de informação” após gravação militar
O ministro da Defesa da Alemanha disse neste domingo (3) que a Rússia está conduzindo uma "guerra de informação" com o objetivo de criar divisões dentro da Alemanha, em sua primeira reação à publicação na Rússia de um áudio de uma reunião de autoridades militares alemãs de alto escalão.
A mídia russa publicou na sexta-feira (1) uma gravação de 38 minutos de uma ligação na qual oficiais alemães foram ouvidos discutindo armas para a Ucrânia e um possível ataque de Kiev a uma ponte na Crimeia, o que levou as autoridades russas a exigirem uma explicação.
No sábado (2), a Alemanha classificou o ato como um aparente ato de escuta e disse que estava investigando.
"O incidente é muito mais do que apenas a interceptação e publicação de uma conversa. É parte de uma guerra de informação que [o presidente russo, Vladimir] Putin está travando", disse o ministro da Defesa, Boris Pistorius, neste domingo. "É um ataque híbrido de desinformação. Trata-se de divisão. Trata-se de minar a nossa unidade."
O Kremlin negou repetidamente acusações de divulgação de informações falsas ou enganosas quando confrontado com alegações de outros países.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nas redes sociais na sexta-feira que “exigimos uma explicação da Alemanha”, sem detalhar suas preocupações específicas.
A embaixada da Rússia em Berlim não respondeu a um pedido de comentário.
Os participantes da teleconferência na gravação discutem a possível entrega de mísseis de cruzeiro Taurus a Kiev, que o chanceler alemão, Olaf Scholz, tem rejeitado publicamente até agora com firmeza. Eles também falam sobre o treinamento de soldados ucranianos e possíveis alvos militares.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, falou a jornalistas no sábado sobre "planos astutos das Bundeswehr [Forças Armadas alemãs], que se tornaram aparentes devido à publicação da gravação. Esta é uma auto-exposição flagrante".
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, disse neste domingo que a gravação indicava que Berlim estava se preparando para lutar contra Moscou.
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