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Internacional

El Niño perde força, mas manterá temperaturas altas

Aviso é da Organização Meteorológica Mundial
Gabrielle Tétrault-Farber - Repórter da Reuters*
Publicado em 05/03/2024 - 12:58
Genebra
RETROSPECTIVA_2023 - Onda de calor em São Paulo. - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
© Paulo Pinto/Agência Brasil
Reuters

O padrão climático El Niño começou a perder força, mas continuará a alimentar temperaturas acima da média em todo o mundo, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta terça-feira (5).

O fenômeno climático natural, associado à interrupção dos padrões de vento, significa temperaturas mais quentes na superfície do oceano no Pacífico central e oriental.

O El Niño, que ocorre em média a cada dois a sete anos, normalmente dura de nove a 12 meses e pode provocar fenômenos extremos, como incêndios florestais, ciclones tropicais e secas prolongadas.

A porta-voz da OMM, Claire Nullis, disse que o El Niño atual atingiu seu ápice em dezembro e pode ser considerado um dos cinco mais fortes da história.

"Agora ele está enfraquecendo gradualmente, mas obviamente continuará a impactar o clima global nos próximos meses", disse ela a repórteres em Genebra.

"Esperamos temperaturas acima do normal nos próximos meses, entre março e maio, em geral na maioria das áreas terrestres."

Em comentários separados, a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, disse que o El Niño contribuiu parcialmente para os recentes recordes de temperatura no mundo.

"Todos os meses, desde junho de 2023, estabeleceram novo recorde mensal de temperatura -- e 2023 foi de longe o ano mais quente já registrado", disse Saulo em comunicado.

"O El Niño contribuiu para essas temperaturas recordes, mas os gases de efeito estufa que retêm o calor são inequivocamente os principais culpados", acrescentou.

A OMM informou que havia cerca de 60% de chance de persistência do El Niño de março a maio e 80% de chance de condições neutras, nem El Niño nem La Niña, de abril a junho.

Há uma chance de La Niña -- padrão climático caracterizado por temperaturas excepcionalmente frias no Pacífico -- se desenvolver no final do ano, mas as probabilidades permanecem incertas, disse a OMM.

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