logo Agência Brasil
Internacional

Venezuela revoga convite a observadores da UE para eleição

Presidente Nicolás Maduro buscará terceiro mandato em julho
Vivian Sequera - Repórter da Reuters*
Publicado em 29/05/2024 - 08:51
Caracas
eleições na Venezuela (Divulgação/Agência Venezuelana de Notícias)
© Agência Venezuelana de Notícias/Divulgação
Reuters

A Venezuela revogou o convite para que a União Europeia (UE) envie observadores eleitorais ao pleito presidencial marcado para julho, disse Elvis Amoroso, chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nessa terça-feira (28). 

No início deste mês, a UE removeu temporariamente as sanções individuais contra Amoroso, medida que ele minimizou, dizendo que todas as sanções contra a Venezuela deveriam ser suspensas.

Pouco depois, o Legislativo, controlado pelo governo, aprovou medida pedindo ao CNE que revogue o convite para os observadores eleitorais da UE.

"Eles não são pessoas dignas de vir a este país enquanto mantiverem sanções", afirmou Amoroso, ao ler comunicado na televisão estatal. 

As sanções da UE são colonialistas, "coercitivas, unilaterais e genocidas", acrescentou Amoroso, na declaração.

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a Comunidade do Caribe (Caricom) e um painel de especialistas das Nações Unidas, além da União Africana e do Centro Carter, entre outros, participarão como observadores, acrescentou Amoroso.

A votação de julho será a primeira em uma década em que a oposição, que boicotou a eleição de 2018, participará de uma disputa presidencial. 

O presidente Nicolás Maduro, do partido Socialista, buscará seu terceiro mandato, enquanto o ex-embaixador Edmundo Gonzalez se candidatou em nome de uma grande coalizão de oposição.

O governo de Maduro chegou a um acordo com a oposição no ano passado para realizar as eleições, o que levou os Estados Unidos a, temporariamente, afrouxarem sanções ao setor de petróleo da Venezuela. 

Depois, em abril, Washington restaurou as sanções à indústria petrolífera venezuelana, argumentando que o governo do país não havia feito o suficiente para que o processo eleitoral seja justo. 

A oposição criticou duramente a forma como o governo lidou com a eleição, especialmente após a vencedora das primárias, Maria Corina Machado, ter sido proibida de ocupar cargos públicos, o que foi confirmado pelo Tribunal Superior do país, forçando a escolha de Gonzalez como substituto.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.