Sonda lunar da China Chang'e-6 retorna à Terra
A sonda lunar chinesa Chang'e-6 está pronta para iniciar sua jornada histórica de volta à Terra a partir do lado oculto da Lua, após coletar amostras que os cientistas esperam que ajudem a responder a perguntas importantes sobre a evolução do sistema solar.
Batizada com o nome da mítica deusa lunar chinesa, o equipamento foi lançado em 3 de maio da província de Hainan, no Sul do país.
Totalmente robótica, a sonda pousou nesse domingo em local até então inexplorado, em uma gigantesca cratera chamada Bacia de Aitken do Polo Sul, no lado da Lua que está permanentemente fora da visão da Terra.
A missão Chang'e anterior coletou amostras do lado visível da Lua em dezembro de 2020, reiniciando esforços globais de recuperação de material lunar após intervalo de 44 anos.
A missão Luna 24, lançada pela antiga União Soviética em 1976, coletou 170,1 gramas de amostras do Mare Crisium, ou "Mar das Crises", no lado da Lua visível da Terra.
Entre 1969 e 1972, seis missões Apollo, todas com tripulação, coletaram 2.200 amostras pesando um total de 382 quilos, também do lado da Lua voltado para a Terra.
James Carpenter, chefe do escritório de ciência lunar da Agência Espacial Europeia, disse que as amostras coletadas pelas missões Apollo sugerem que a Bacia de Aitken do Polo Sul foi gerada em época de bombardeio extremamente pesado do sistema solar, da Terra e da Lua.
"Esse é um evento realmente central na história de todo o sistema solar, mas há alguma controvérsia sobre se ele aconteceu ou não", afirmou.
"Para entender isso, você precisa ancorar esses eventos, e isso será feito com amostras do lado mais distante da Lua, na Bacia de Aitken do Polo Sul."
Após o pouso, a Chang'e-6 teve uma janela de 14 horas para perfurar, escavar e selar 2 quilos de material, indicando ser a primeira sonda a trazer de volta essas amostras do lado mais distante da Lua. Isso se compara à janela de 21 horas que a Chang'e-5 teve em 2020.
As amostras da Chang'e-6 serão transferidas e seladas em um foguete impulsionador sobre o módulo de pouso, que será lançado de volta ao espaço, acoplado a outra espaçonave na órbita lunar e transferirá as amostras.
O pouso na Mongólia Interior da China está previsto para 25 de junho.
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