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Internacional

Candidatos franceses desistem para tentar barrar extrema-direita

Mais de 180 confirmaram que não participarão do 2º turno no domingo
Sudip Kar-Gupta e Dominique Vidalon - Repórteres da Reuters
Publicado em 02/07/2024 - 10:47
Paris
Homem caminha em frente a pôsteres com propaganda eleitoral em Paris, antes de eleição antecipada para o Parlamento da França
22/06/2024 REUTERS/Dylan Martinez
© REUTERS/Dylan Martinez/Proibida reprodução
Reuters

 Oponentes do partido francês Reunião Nacional (RN) intensificaram sua tentativa de impedir o partido de extrema-direita de chegar ao poder, nesta terça-feira (2), quando mais candidatos disseram que não participarão do segundo turno das eleições do fim de semana para evitar a divisão do voto anti-RN.

Mais de 180 candidatos confirmaram que não participarão do segundo turno no domingo (7) para o Parlamento da França, com 577 assentos, de acordo com estimativas da mídia local. Outros têm até 18h (13h de Brasília) para fazer sua escolha.

O partido de Marine Le Pen saiu bem à frente no primeiro turno da votação, no último domingo (30), depois que a aposta do presidente Emmanuel Macron em uma eleição antecipada saiu pela culatra, deixando seu campo de centro em um modesto terceiro lugar, atrás de uma aliança de esquerda formada às pressas.

Mas, mesmo antes das manobras das últimas 24 horas para criar uma "frente republicana" a fim de bloquear o partido eurocético e anti-imigração, estava longe de ser claro que o RN poderia conquistar os 289 assentos necessários para a maioria.

Pesquisas de opinião estimaram que o primeiro turno colocava o RN no caminho para obter entre 250 e 300 assentos. Mas isso foi antes das desistências táticas e dos apelos de todos os partidos para que os eleitores apoiassem o candidato que estivesse em melhor posição para derrotar o rival local do RN.

"A partida ainda não terminou", disse a prefeita socialista de Paris, Anne Hidalgo, à France 2. "Precisamos mobilizar todas as nossas forças."

O RN é hostil à maior integração da União Europeia (UE) e cortaria o financiamento do bloco. Grupos de direitos humanos manifestaram preocupações sobre como suas políticas de "França em primeiro lugar" e antimigrantes se aplicariam às minorias étnicas, enquanto os economistas questionam se seus planos de gastos pesados são totalmente financiados.

Os mercados financeiros subiram nessa segunda-feira, com o alívio de que a extrema-direita não teve desempenho melhor, mas a reação foi silenciada pelo fato de que um Parlamento suspenso também arriscaria a paralisação das políticas pelo resto da presidência de Macron até 2027.

Frente Republicana

Houve uma confusão inicial sobre a possibilidade de os aliados de Macron se retirarem das disputas locais em favor de candidatos rivais mais bem posicionados, caso fossem do partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI), de Jean-Luc Mélenchon.

No entanto, Macron disse na segunda-feira, em reunião a portas fechadas de ministros no Palácio do Eliseu, que a prioridade máxima era barrar o RN do poder e que os candidatos do LFI poderiam ser endossados, se necessário.

A Frente Republicana já funcionou antes, como em 2002, quando eleitores de todos os campos se uniram a Jacques Chirac para derrotar o pai de Le Pen, Jean-Marie, em uma disputa presidencial.

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