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Internacional

Lula: relações civilizadas com EUA independem do vencedor da disputa

Presidente diz que seu papel não é escolher chefe do governo americano
Lisandra Paraguassu – Repórter da Reuters
Publicado em 22/07/2024 - 20:02
Brasília
Brasília (DF), 22.07.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista a correspondentes internacionais, no Palácio da Alvorada. Foto: Ricardo Stuckert/PR
© Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (22), que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de desistir da candidatura à reeleição foi pessoal porque somente ele sabia das suas reais condições, mas garantiu que as relações entre Brasil e Estados Unidos continuarão a ser "civilizadas", independentemente do vencedor da disputa presidencial.

"À medida que o presidente Biden resolveu tomar posição, o meu papel é torcer para que eles [democratas] escolham um candidato ou uma candidata que dispute as eleições, e que vença aquele que for o melhor, aquele [em] que o povo americano for votar", disse Lula em entrevista a agências internacionais de notícias no Palácio da Alvorada.

"Porque o meu papel não é escolher presidente dos Estados Unidos, o meu papel é conviver com quem é o presidente dos Estados Unidos. Então seja um candidato democrata, seja o Biden, seja o  Trump, a nossa relação vai ser uma relação civilizada de dois países importantes que têm uma relação diplomática de séculos e que a gente quer manter. E que temos parcerias estratégicas importantes com os Estados Unidos, nós queremos manter", afirmou.

Biden anunciou, na tarde deste domingo (21), que estava desistindo de concorrer à reeleição, em meio a fortes questionamentos sobre suas condições de vencer a disputa contra o republicano Donald Trump e cumprir um eventual segundo mandato.

Antes do anúncio de Biden, Lula havia defendido, em pelo menos duas oportunidades, a reeleição do democrata como o melhor para a democracia, e chegou a chamar Trump de mentiroso. Agora, disse esperar que as eleições norte-americanas sejam civilizadas.

"Espero que a disputa se dê da forma mais civilizada possível. Espero que não tenha baixo nível. Espero que não tenha nada que possa colocar o símbolo da democracia em risco", afirmou.