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Internacional

Hamas propõe governo palestino independente no pós-guerra

Integrantes não devem pertencer a qualquer partido
Lusa*
Publicado em 12/07/2024 - 07:16
Cidade de Gaza
Palestinians gather at the site of an Israeli strike on a house, amid the ongoing conflict between Israel and Hamas, in Rafah in the southern Gaza Strip, March 1, 2024. REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
© REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa/Proibida reprodução
Lusa

O grupo islâmico Hamas propôs que um governo independente, composto por figuras que não pertençam a algum partido, administre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia no pós-guerra, disse nesta sexta-feira (12) um integrante do movimento.

“Propusemos que um governo apartidário, com competência nacional, governe Gaza e a Cisjordânia depois da guerra”, disse, em comunicado, Hossam Badran, membro do braço político do movimento palestino, sobre as negociações indiretas que estão sendo mantidas entre Israel e o Hamas sob a mediação do Catar, Egito e dos Estados Unidos.

“A administração de Gaza depois da guerra é um assunto interno palestino que não deve sofrer qualquer interferência externa, e não discutiremos [o pós-guerra] em Gaza com qualquer parte estrangeira”, acrescentou Badran.

No entanto, um líder do Hamas declarou à agência de notícias AFP, sob condição de anonimato, que a proposta deste governo apartidário tinha sido apresentada “aos mediadores”.

Esse governo terá de gerir “os assuntos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia na primeira fase do período pós-guerra” e “traçar o caminho para as eleições gerais”, disse a fonte.

A guerra começou em 7 de outubro, após o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, segundo Israel.

Das mais de 250 pessoas raptadas, 116 ainda são reféns em Gaza, 42 das quais foram declaradas mortas pelo Exército de Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu acabar com o Hamas em retaliação ao ataque do grupo palestino. A campanha militar de Israel contra a Faixa de Gaza devastou o pequeno território, deixando mais de 38 mil mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

As atuais negociações, que a comunidade internacional pretende que levem ao fim da guerra, ocorrem em Doha e no Cairo.

Na capital do Catar, negocia-se o cessar-fogo e as modalidades de libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, assim como a forma que a Faixa de Gaza deverá ser administrada após a guerra.

No Cairo, as discussões estão centradas na forma de aumentar a ajuda humanitária ao território palestino e, em particular, as condições para a reabertura do ponto de passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, e o seu controle.

Nessa quinta-feira, o primeiro-ministro israelense reuniu-se com o chefe da delegação que regressou de Doha, David Barnea, diretor da Mossad (serviços de informação), para fazer um balanço do andamento das conversações, segundo comunicado oficial.

De acordo com a nota, uma delegação liderada pelo chefe do Shin Bet (segurança interna), Ronen Bar, iria ao Cairo “para dar continuidade às conversações”.

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