Nasa divulga imagens de fusão de galáxias tomadas pelo telescópio Webb
A Nasa divulgou nessa sexta-feira (12) um par de imagens tiradas pelo telescópio espacial James Webb mostrando duas galáxias — uma chamada Pinguim e outra com o nome de Ovo — no processo de fusão, uma espécie de balé cósmico, em momento que a agência norte-americana comemora dois anos desde que revelou os primeiros resultados científicos de seu observatório em órbita. O Webb, que foi lançado em 2021 e começou a coletar dados no ano seguinte, mudou o entendimento sobre o universo primitivo e também tirou fotos incríveis do cosmos.
As duas galáxias na imagem estão situadas a 326 milhões de anos-luz da Terra, na constelação Hidra. Um ano-luz é a distância que a luz viaja em um ano: 9,5 trilhões de quilômetros. “Vemos duas galáxias, cada uma delas a coleção de bilhões de estrelas. As galáxias estão no processo de fusão. É uma forma comum de galáxias como a nossa aumentarem ao longo do tempo, crescendo de pequenas galáxias — como aquelas que o Webb descobriu pouco depois do Big Bang — para galáxias maduras como a nossa Via Láctea”, disse Jane Rigby, cientista sênior do Webb na Nasa.
Desde que entrou em operação, o telescópio observou galáxias repletas de estrelas formadas dentro de algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang, evento que marcou o início do universo há cerca de 13,8 bilhões de anos. As galáxias Pinguim e Ovo são coletivamente conhecidas como Arp 142. Nas imagens, elas são mostradas unidas por uma névoa, uma mistura de estrelas e gás em meio a uma lenta fusão.
A galáxia Pinguim, apelidada assim por causa de seu formato na perspectiva do telescópio, é chamada formalmente de NGC 2936. É uma estrutura em espiral, agora um pouco distorcida. A galáxia Ovo, que também recebeu o nome pelo seu formato, é chamada de NGC 2937. É uma galáxia compacta e com formato elíptico. Juntas, elas montam uma forma sugestiva: um pinguim protegendo um ovo.
Segundo a Nasa, a interação entre elas começou entre 25 e 75 milhões de anos atrás, e espera-se que elas se tornem uma única galáxia daqui a centenas de milhões de anos. O telescópio Webb detectou as galáxias mais antigas conhecidas e deu informações sobre a composição dos planetas além do sistema solar — conhecidos como exoplanetas — e a natureza de regiões criadoras de estrelas no cosmos.
“Essa missão nos permitiu olhar para as galáxias mais distantes já observadas e entender o universo mais primitivo de uma nova forma, disse Mark Clampin, diretor da divisão de astrofísica na sede da Nasa. “Por exemplo, com o Webb, descobrimos que essas galáxias muito primitivas são mais maciças e brilhantes do que esperávamos, colocando assim uma pergunta: como elas ficaram tão grandes tão rapidamente?”
O Webb foi desenhado para ser mais sensível do que o seu antecessor, o Telescópio Espacial Hubble, que segue operando. Enquanto o Webb usa infravermelho para observar o universo, o “colega” utiliza primordialmente comprimentos de ondas ópticas e ultravioletas.
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