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Internacional

Premiê japonês Fumio Kishida anuncia que deixará cargo

Descontentamento público e aumento do custo de vida levaram à decisão
Tim Kelly e Sakura Murakami - Repórteres da Reuters*
Publicado em 14/08/2024 - 08:37
Tóquio
São Paulo (SP) 04/05/2024 - Entrevista coletiva com Primeiro Ministro japonês Fumio Kishida , no hotel Tivoli Mofarrej.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
© Paulo Pinto/Agência Brasil
Reuters

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou nesta quarta-feira (14) que renunciará ao cargo no próximo mês, diante do descontentamento público em relação a escândalos políticos e ao aumento do custo de vida que mancharam seu mandato de três anos, e dando início a uma disputa para substituí-lo.

"A política não pode funcionar sem a confiança do povo", afirmou em entrevista coletiva para revelar sua decisão de não tentar a reeleição como líder do Partido Liberal Democrata (LDP), que está no poder.

"Tomei essa difícil decisão pensando no povo, com a forte vontade de levar adiante a reforma política."

O LDP realizará uma disputa em setembro para substituí-lo como presidente do partido e, por extensão, como primeiro-ministro.

Os índices de Kishida caíram depois que ele assumiu o cargo em 2021, após revelações sobre os laços do LDP com a polêmica Igreja da Unificação.

Sua popularidade sofreu outro revés quando veio à tona um fundo secreto de doações políticas não registradas feitas em eventos de arrecadação de fundos do partido.

Ele também enfrentou o descontentamento da população à medida que os salários não conseguiram acompanhar o aumento do custo de vida, com o Japão finalmente se livrando de anos de pressão deflacionária.

"Um primeiro-ministro em exercício do LDP não pode se candidatar à corrida presidencial a menos que tenha certeza da vitória", disse Koichi Nakano, professor de ciências políticas da Universidade de Sophia.

"É como os grandes campeões yokozunas do sumô. Não basta vencer, mas é preciso vencer com elegância."

Seu sucessor como líder do LDP terá a tarefa de restaurar a confiança do povo no partido e enfrentar o aumento do custo de vida, a escalada das tensões geopolíticas com a China e o possível retorno de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos no próximo ano.

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