Ataques israelenses matam 163 socorristas no Líbano em um ano
O ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, declarou hoje que 163 socorristas e prestadores de cuidados foram mortos em ataques israelitas no país, mais de um ano após a intensificação dos confrontos na fronteira entre Israel e o Hezbollah.
Abiad declarou em conferência de imprensa que, além dos mais de 160 mortos, 272 cuidadores e socorristas ficaram feridos. O ministro libanês considerou os ataques “diretos e intencionais” e classificou-os como “crime de guerra”.
O ministro da Saúde afirmou ainda que os ataques israelenses atingiram 55 hospitais, 36 dos quais foram “alvos diretos”, resultando no “fechamento forçado de oito” centros hospitalares.
Segundo Firass Abiad, os corpos de oito socorristas mortos em ataques israelenses contra ambulâncias não puderam ser recuperados. Os ataques foram perto de aldeias na fronteira, onde ocorrem combates entre o grupo xiita Hezbollah e o Exército de Israel, que faz incursões terrestres.
“O inimigo israelense se recusou a permitir que recuperássemos os corpos por duas semanas”, disse Abiad.
Seis bombeiros ainda estão enterrados sob os escombros em outra localidade no sul do Líbano, acrescentou.
Israel também atacou 158 ambulâncias, 57 caminhões de bombeiros e 15 veículos de resgate, segundo o ministro.
O Exército de Israel acusa as equipes de resgate do Comitê Islâmico de Saúde, afiliado do Hezbollah, de transportarem combatentes e armas em suas ambulâncias, situação que o grupo nega.
Após quase um ano de tiroteios transfronteiriços, Israel lançou uma campanha de bombardeios massivos em todo o Líbano em 23 de setembro, entrando em guerra aberta com o Hezbollah e, posteriormente, começaram incursões terrestres no Líbano.
Desde 23 de setembro, os ataques israelenses no Líbano mataram pelo menos 1.580 pessoas, segundo um levantamento realizado pela agência de notícias AFP baseado em dados do Ministério da Saúde libanês, e deslocaram mais de um milhão de pessoas em todo o país.