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Internacional

Pedro Sánchez anuncia ajuda na Espanha; número de mortos chega a 211

Previsão é de mais chuva ao longo deste sábado
RTP
Publicado em 02/11/2024 - 10:51
Madri
Carros empilhados após chuva forte em Valência
 1/11/2024    REUTERS/Susana Vera
© Susana Vera/Reuters/proibida a reprodução
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Sobe para 211 o número de mortos na Espanha, devido as chuvas e inundações. O presidente Pedro Sánchez disse, em entrevista na manhã deste sábado (2), que uma das prioridades são as buscas. Ele reconheceu que a ajuda tem demorado a chegar aos territórios afetados.

De acordo com a Agência Estatal de Meteorologia espanhola, continuará a chover neste sábado nas ilhas Baleares, na Catalunha e na Comunidade Valenciana.

Segundo Sánchez, as equipes das Forças Armadas e das forças de segurança do Estado já encontraram 211 corpos nos locais em que atuaram, como garagens, casas e estradas inundadas. Dos óbitos registrados, 203 foram na região autônoma de Valência.

O primeiro-ministro espanhol anunciou o envio de mais 10 mil militares e policiais para a região afetada. Ele reconheceu que há uma "situação trágica" em Valência por causa das cheias e uma resposta insuficiente das autoridades e .

"A situação que vivemos é trágica, é dramática", disse Sánchez, em uma declaração na sede do governo, em Madrid. Segundo ele, o Leste de Espanha foi atingido por um temporal na terça-feira (29) que provavelmente provocou as inundações – as mais graves deste século em todo o continente europeu.

"Estou consciente de que a resposta que estamos dando não é suficiente. Sei que há problemas e carências, que ainda há serviços colapsados, municípios sepultados pela lama, pessoas desesperadas que procuram os seus familiares, pessoas que não conseguem voltar às suas casas, lares destruídos e sepultados pela lama. Temos de melhorar", afirmou Sánchez.

O primeiro-ministro apelou à união das administrações e garantiu todo o apoio que for necessário ao governo regional da Comunidade Valenciana (do Partido Popular), a quem compete a coordenação da resposta e as solicitações de recursos ao Estado central, como lembrou o próprio Sánchez.

Circulação restrita

A previsão meteorológica indica que a chuva vai continuar neste sábado em várias comunidades. Por isso, as autoridades de Valência restringiram nesta madrugada a circulação de veículos nas regiões mais afetadas pelas cheias, limitando-a aos serviços essenciais e às empresas responsáveis por garantir o fornecimento de serviços básicos. A restrição vai até as 23h59 de domingo.

A decisão surgiu horas depois de o governo regional da Comunidade Valenciana ter avisado que ponderava tomar medidas para restringir os acessos a diversos locais, sobretudo, durante o fim de semana.

A solidariedade dos espanhóis com os mais atingidos pelo temporal de terça-feira à noite foi tão grande que as autoridades chegaram a fazer um apelo para que os voluntários regressassem às suas casas ou que, pelo menos, não se deslocassem de carro, por estarem impedindo o trânsito de veículos de emergência e assistência da polícia, das Forças Armadas e dos serviços de saúde.

"É imperativa a necessidade de que regressem às suas casas", dizia ao final da manhã o presidente do governo regional da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, em uma declaração à comunicação social.

Mazón alertou que a saída de milhares de pessoas às ruas, a pé ou de carro, "com a melhor das intenções", estava "colapsando" os acessos de profissionais que precisavam para trabalhar.

No final de sexta-feira, foi criado um centro de coordenação na cidade de Valência para gerir as multidões de voluntários. A orientação é que eles se dirijam, a partir das 7h de sábado (horário local) à Cidade das Artes e das Ciências de Valência, onde funcionará o centro de voluntariado e a partir de onde serão organizados os grupos para as tarefas e locais necessários.

Um primeiro grupo de 2,5 mil pessoas terão turnos de trabalho. Aos milhares restantes milhares que vieram na manhã deste sábado, foi pedido para regressarem nos próximos dias.

Os voluntários levavam pás e vassouras para ajudar nas limpezas da lama, assim como água e alimentos para as localidades que passaram os últimos dias isoladas ou com dificuldades nos acessos, onde não há abastecimento de água e em que os comércios ficaram totalmente destruídos ou foram saqueados.