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Internacional

UE: 2024 será ano mais quente já registrado no mundo

Dados são divulgados antes da cúpula climática da ONU, a COP29
Kate Abnett e Alison Withers - Repórteres da Reuters*
Publicado em 07/11/2024 - 10:02
Bruxelas
Calor em Granada, na Espanha
 22/7/2024   REUTERS/Jon Nazca
© Reuters/Jon Nazca/Proibida reprodução
Reuters

É "praticamente certo" que este ano substituirá 2023 como o mais quente do mundo desde o início dos registros, disse o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia nesta quinta-feira (7).

Os dados foram divulgados antes da cúpula climática da ONU COP29, a ser realizada na próxima semana no Azerbaijão, onde os países tentarão chegar a acordo sobre um grande aumento no financiamento para combater as mudanças climáticas. A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos reduziu as expectativas para as negociações.

O C3S informou que, de janeiro a outubro, a temperatura média global foi tão alta que 2024 certamente será o ano mais quente do mundo - a menos que a anomalia de temperatura no restante do ano caia para quase zero.

"A causa fundamental e subjacente do recorde deste ano é a mudança climática", disse à Reuters o diretor do C3S, Carlo Buontempo.

"O clima está esquentando, de modo geral. Está esquentando em todos os continentes, em todas as bacias oceânicas. Portanto, estamos fadados a ver esses recordes sendo quebrados", afirmou.

Os cientistas disseram ainda que 2024 também será o primeiro ano em que o planeta estará mais de 1,5ºC mais quente do que no período pré-industrial de 1850-1900, quando os seres humanos começaram a queimar combustíveis fósseis em escala industrial.

As emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de carvão, petróleo e gás são a principal causa do aquecimento global.

Sonia Seneviratne, cientista climática da Universidade Pública de Pesquisa ETH Zurich, disse que não se surpreendeu com o marco e pediu aos governos na COP29 que concordem com uma ação mais forte para retirar suas economias dos combustíveis fósseis emissores de CO2.

"Os limites estabelecidos no Acordo de Paris estão começando a desmoronar devido ao ritmo muito lento das ações climáticas em todo o mundo", observou Seneviratne.

No Acordo de Paris de 2015, os países concordaram em tentar impedir que o aquecimento global ultrapasse 1,5°C, para evitar as piores consequências.

O mundo ainda não ultrapassou essa meta - que se refere a uma temperatura média global de 1,5ºC ao longo de décadas - mas o Serviço Copernicus agora prevê que o mundo ultrapasse a meta de Paris por volta de 2030.

Os registros do C3S datam de 1940 e são cruzados com os registros de temperatura global que remontam a 1850.

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