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Internacional

Acnur prevê que 1 milhão de sírios retornem ao país em seis meses

Informação é da diretora para Oriente Médio e Norte da África
Emma Farge – Repórter da Reuters
Publicado em 17/12/2024 - 13:57
Genebra
A group of migrants walk through the Turkish-Greek border in a village near the border city of Edirne
© HUSEYIN ALDEMIR
Reuters

Cerca de 1 milhão de refugiados sírios devem retornar ao país nos primeiros seis meses de 2025. A informação é de Rema Jamous Imseis, diretora para Oriente Médio e Norte da África da agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) que também pediu aos países onde esses estão essas pessoas que se abstenham de forçá-las a fazer isso.

Um avanço rebelde relâmpago tirou o presidente da Síria, Bashar al-Assad, do poder na semana passada, chocando o mundo e aumentando a perspectiva de que alguns dos milhões de pessoas que fugiram do país durante 13 anos de guerra civil possam retornar.

"Agora, prevemos ver algo em torno de 1 milhão de sírios retornando entre janeiro e junho do próximo ano e, por isso, compartilhamos esse plano com os doadores, pedindo seu apoio", disse Rema.

"Temos enormes necessidades humanitárias em uma escala que não diminuiu de forma alguma", acrescentou ela, observando que 1 milhão de pessoas foram deslocadas internamente desde o início do avanço rebelde.

Imediatamente após a tomada do poder pelos rebeldes, milhares de pessoas fugiram da Síria, enquanto milhares também retornaram ao país, principalmente da Turquia, Líbano e Jordânia, informou a diretora.

Ela acrescentou que alguns dos que fugiram poderiam estar ligados ao antigo governo ou ser minorias religiosas preocupadas com sua posição sob as novas autoridades, lideradas pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que já teve ligações com a Al-Qaeda.

Os países devem ser pacientes enquanto os refugiados sírios consideram a possibilidade de retornar, acrescentou ela. "É importante manter essa proteção para os sírios que já encontraram refúgio nos países anfitriões e que eles não sejam devolvidos à força para a Síria", declarou ela.

Perguntada sobre as decisões de alguns países de congelar os pedidos de asilo para os sírios, ela disse: "Temos sido muito claros no aconselhamento de não devolução a todos os países. Ainda é muito cedo para determinar a segurança e a estabilidade da Síria, e há muitas perguntas que precisam ser respondidas".

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