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Internacional

Coreia do Sul: presidente aceita demissão do ministro da Defesa

E nomeia militar aposentado para o cargo
Lusa*
Publicado em 05/12/2024 - 08:17
Seul
O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol em Seul, Coreia do Sul
03/12/2024
Gabinete presidencial/divulgação via Reuters/Proibida reprodução
© Gabinete presidencial/divulgação via Reuters/Proibida reprodução
Lusa

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, aceitou a renúncia do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, que assumiu a responsabilidade pela declaração da lei marcial, e nomeou um militar aposentado, Choi Byun-hyuk, para o cargo.

Considerado um “falcão” e próximo de Yoon, Kim Yong-hyun é uma das figuras mais proeminentes do governo sul-coreano.

Como é habitual na Coreia do Sul, Yoon nomeou como substituto o militar reformado, Choi Byun-hyuk, um general que foi vice-comandante das Forças Combinadas Coreia do Sul-Estados Unidos entre 2019 e 2020 e, desde dezembro de 2023, embaixador na Arábia Saudita, considerada um cliente estratégico para as vendas de armas sul-coreanas.

Ex-chefe da segurança presidencial de Yoon, Kim foi nomeado para o cargo em agosto e confirmado em setembro. Como ministro da Defesa, tinha o poder de recomendar ao presidente a declaração da lei marcial.

Durante debate parlamentar, anterior à confirmação como ministro da Defesa, o Partido Democrático (PD, oposição) sugeriu que o motivo da nomeação era preparar o governo, cada vez mais enfraquecido e rodeado pela oposição, para declarar a lei marcial, algo que Kim negou veementemente.

Para o PD, Yoon parecia estar colocando elementos, com os quais mantém relação estreita, em posições de topo entre as Forças Armadas.

Tanto o presidente quanto Kim e o comandante da contraespionagem do Exército, Yeo In-hyung, concluíram o ensino secundário ao mesmo tempo, na mesma escola de Seul, o Chungam College, um pormenor que a oposição não quis ignorar, uma vez que na Coreia do Sul os laços estabelecidos nos anos acadêmicos são considerados extremamente importantes.

Choi, o sucessor de Kim, foi apresentado pelo chefe de gabinete de Yoon, Chung Jin-suk, como militar experiente, com amplo conhecimento em matéria de segurança e vasta experiência no setor.

Parlamento vota moção

O Parlamento da Coreia do Sul vai votar moção de destituição do presidente Yoon Suk-yeol no sábado (7), informou a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap.

"O voto da moção de destituição do presidente Yoon deve ocorrer às 19h de sábado [hora local]", declarou o deputado da oposição Jo Seoung-lae, citado pela Yonhap.

A polícia sul-coreana anunciou a abertura de um inquérito por “rebelião” contra Yoon, após a imposição da lei marcial no país, suspensa horas mais tarde.

“O caso está em curso”, declarou o chefe de investigações da polícia, Woo Kong-suu, aos deputados.

O secretário de imprensa do chefe de Estado da Coreia do Sul disse que Yoon não fará qualquer declaração pública hoje.

A última intervenção pública de Yoon ocorreu no início da manhã dessa quarta-feira, quando suspendeu a lei marcial.

Na quarta-feira, seis partidos da oposição na Coreia do Sul apresentaram moção para a destituição de Yoon.

O PD e cinco outros partidos iniciaram assim o processo parlamentar que poderá levar ao afastamento do presidente sul-coreano, cujo Partido do Poder Popular (PPD) governa em minoria.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

*Matéria alterada para atualização (acréscimo de intertítulo Parlamento vota moção)