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Internacional

Israel detém médicos após invasão de hospital

Informação é de autoridades de Gaza
Nidal al-Mughrabi e Maytaal Angel - Repórteres da Reuters*
Publicado em 28/12/2024 - 16:43
Cairo e Jerusalém
Os palestinos fogem do norte de Gaza em direção ao sul, em meio ao conflito em curso entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas
09/11/2023
REUTERS/Mohammed Salem
© MOHAMMED SALEM
Reuters

Forças israelenses prenderam, nessa sexta-feira (27), dezenas de médicos em um hospital que foi invadido por suas forças no norte da Faixa de Gaza, disse o Ministério da Saúde do enclave.

Os militares israelenses atacaram ontem o Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahiya, exigindo que dezenas de pacientes e centenas de outras pessoas saíssem do prédio, além de prenderem médicos e o diretor das instalações, Hussam Abu Safiya.

O Ministério da Saúde afirmou que não está claro o que estava acontecendo com Abu Safiya, acrescentando que há preocupações sobre seu bem-estar, depois de alguns funcionários que foram libertados pelo Exército na noite de sexta-feira terem dito que ele foi espancado por soldados.

O setor militar israelense não comentou imediatamente as prisões.

A operação contra o hospital, um dos três localizados no norte da Faixa de Gaza, tirou de serviço a última grande instalação médica no norte do enclave, informou na plataforma X a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Alguns pacientes foram levados para o Hospital Indonésio, que não está funcionando, e médicos foram impedidos de ir até o local, afirmou o Ministério da Saúde. Outros foram transferidos para outro hospital, no sul do território.

Alguns dos funcionários libertados chegaram ao Hospital Batista-Árabe Al-Ahly, na cidade de Gaza.

Os militares israelenses afirmaram que combatentes do Hamas operaram a partir do hospital durante os 15 meses de guerra e transformaram o local em um reduto do grupo. O Hamas disse que essas alegações são “mentiras”, sustentando que não há combatentes ali.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza também disse que ataques israelenses no enclave mataram 18 palestinos neste sábado (pelo menos nove em uma casa no campo de Maghazi, na região central do enclave).

O Exército israelense informou hoje (28) que começou a operar durante a noite contra alvos na área de Beit Hanoun, no norte de Gaza. "As tropas estão permitindo que os civis que ainda estão na área se afastem para sua própria segurança", disse.

Nos últimos meses, as forças israelenses expulsaram as pessoas e arrasaram grande parte da área ao redor das cidades de Jabalia, Beit Hanoun e Beit Lahiya, ao norte.

Os palestinos acusaram Israel de realizar uma limpeza étnica ao despovoar essas áreas para criar uma zona tampão. Israel nega que esteja fazendo isso, dizendo que seu objetivo é impedir que os combatentes do Hamas se reagrupem nesses locais..

A campanha de Israel contra o Hamas, que anteriormente controlava Gaza, matou mais de 45.400 palestinos, de acordo com autoridades de saúde do enclave. A maior parte da população, de 2,3 milhões de pessoas, foi deslocada e grande parte de Gaza está em ruínas.

A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram levadas para Gaza como reféns, de acordo com registros israelenses.

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