Número de mortos em atropelamento na Alemanha sobe para cinco
O número de mortos no ataque ao mercado de Natal de Magdeburgo, na Alemanha, subiu para cinco, anunciou o governador do estado de Saxónia-Anhalt, citado pela agência AP.
O balanço inclui mais de 200 feridos, acrescentou Reiner Haseloff.
Um médico saudita jogou intencionalmente um carro contra um mercado de Natal repleto de compradores, matando pelo menos cinco pessoas.
As autoridades detiveram um homem de 50 anos no local do ataque, nessa sexta-feira (20) à noite, e levaram-no sob custódia para interrogatório.
Vários meios de comunicação social alemães identificaram o homem como Taleb A., ocultando o seu apelido, em conformidade com as leis de privacidade, e disseram que se tratava de um médico, especialista em psiquiatria e psicoterapia.
Descrevendo-se como um antigo muçulmano, ele partilhou diariamente dezenas de tweets e retweets centrados em temas anti-islâmicos, criticando a religião e felicitando os muçulmanos que abandonaram a fé.
O suspeito acusou também as autoridades alemãs de não terem feito o suficiente para combater o que ele disse ser a “islamização da Europa”.
Alguns descrevem-no como um ativista que ajudou mulheres sauditas a fugir do seu país.
O autor do ataque, que vive na Alemanha há quase duas décadas, também manifestou apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita e anti-imigração.
Recentemente, parecia estar concentrado na sua teoria de que as autoridades alemãs estavam a visar os requerentes de asilo sauditas.
Olaf Scholz
O chanceler alemão, Olaf Scholz, prometeu “medidas contra aqueles que querem semear o ódio”, ao comentar o ataque ao mercado de Natal em Magdeburgo.
“É importante, enquanto país, que nos mantenhamos unidos e que falemos uns com os outros”, afirmou o chanceler no local da tragédia.
“Não deixaremos passar aqueles que querem semear o ódio”, acrescentou.
Ao lado do chanceler, o chefe do governo regional, Reiner Haseloff, anunciou que o número de mortos tinha aumentado.
“Entretanto, já perdemos cinco vidas e mais de 200 feridos, muitos deles graves, muito graves. E esta é uma dimensão que nenhum de nós poderia ter imaginado”, declarou.
Olaf Scholz demonstrou “muita preocupação” por quase “40 pessoas feridas com tanta gravidade”.
Referindo-se à “catástrofe", prestou homenagem às vítimas do que chamou de ato “terrível” e “louco”.
Scholz agradeceu aos serviços de emergência e à polícia que detiveram o suspeito do ataque.
Os motivos permanecem pouco claros. “Agora é importante esclarecer as coisas. E que isso seja feito de forma precisa e exata”, disse Olaf Scholz.
“Temos de perceber exatamente quem é o autor do crime, o que fez e porquê, para podermos reagir com as necessárias consequências penais. E é isso que vamos fazer”, prometeu.
Taleb A. chegou à Alemanha em 2006, como estudante, e obteve asilo em julho de 2016, depois de ter sido ameaçado de morte por se ter afastado do Islã.
Viveu e trabalhou como psiquiatra em Bernburg, uma pequena cidade de 32 mil habitantes, na margem do Rio Saale, entre Magdeburg e Halle.
Como ativista, informava e aconselhava mulheres sauditas sobre as possibilidades de fugirem do país, e tinha uma página na internet com informações sobre o sistema alemão de asilo.
De acordo com o jornal local Magdeburger Zeitung, Taleb A esteve ausente do trabalho nas últimas semanas, devido a uma licença médica.
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