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Internacional

Autoridade Palestina pede reunião de urgência do Conselho da ONU

Objetivo é discutir recente ofensiva militar israelense na Cisjordânia
Lusa*
Publicado em 03/02/2025 - 06:48
Gaza
Palestinian President Mahmoud Abbas gestures as he delivers a speech following the announcement by the U.S. President Donald Trump of the Mideast peace plan, in Ramallah in the Israeli-occupied West Bank January 28, 2020. picture taken January
© RANEEN SAWAFTA
Lusa

A Autoridade Palestina pediu nesta segunda-feira (3) uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa da recente ofensiva militar de Israel nos campos de refugiados da Cisjordânia.

Em comunicado, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, explica que solicitou a reunião "para parar a agressão israelense contra o povo palestino, a destruição de quarteirões inteiros de habitações pelas forças de ocupação nos campos de Jenin e Tulkarem".

O pedido é feito depois de as forças militares israelenses terem demolido hoje pelo menos 20 edifícios no campo de refugiados de Jenin e terem anunciado a morte de pelo menos 50 pessoas desde 14 de janeiro.

A Autoridade Palestina pede a "intervenção urgente" do Conselho de Segurança da ONU para "dar proteção internacional ao povo palestino e pressionar o Estado para que termine com esses crimes graves", que se destinam a uma "limpeza étnica".

A atual ofensiva do Exército israelense, denominada Operação Muro de Ferro, tem se concentrado principalmente na cidade e no campo de refugiados de Jenin, mas acabou por se estender a Tulkarem na semana passada, antes de avançar para Tammun.

O governo israelense afirma que as operações na Cisjordânia representam um esforço para eliminar as células terroristas palestinas na vizinha Gaza, mas os funcionários palestinos denunciam essas incursões como parte dos esforços de anexação israelenses para facilitar a apropriação ilegal de terras pelos colonos da região, que aterrorizam a população com o consentimento do Exército.

O pedido de hoje da Autoridade Palestina ocorre no momento em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está a caminho de Washington para um encontro com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, previsto para esta terça-feira (4).

A viagem do líder israelense coincidirá com o início das negociações indiretas entre Israel e o Hamas para definir a segunda fase do acordo de tréguas, em que seriam libertados todos os reféns israelenses em Gaza e lançadas as bases para o fim definitivo da guerra.

Cessar-fogo

As negociações indiretas de Israel com o movimento radical palestino Hamas sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo da guerra na Faixa de Gaza recomeçam nesta segunda-feira em Washington..

O gabinete do primeiro-ministro de Israel informou no sábado (1º), em comunicado, que Benjamin Netanyahu e Steve Witkoff, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, se reunirão com esse objetivo. Witkoff discutirá depois, durante a semana, com o primeiro-ministro do Catar e altos responsáveis egípcios.

O acordo de tréguas, que entrou em vigor em 19 de janeiro, inclui três fases.

Nesse domingo, o Hamas acusou Israel de violar o acordo de cessar-fogo por não estar entrando no enclave palestino toda a ajuda humanitária acordada, especialmente medicamentos, tendas, combustível, alimentos e maquinaria pesada.

Os Estados Unidos, o Catar e o Egito tentam há meses ajudar os dois lados a chegar a um acordo para acabar com a devastadora guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

Amanhã (4), Netanyahu será recebido pelo presidente norte-americano, sendo o primeiro líder estrangeiro a reunir-se com Donald Trump desde a sua posse.

Antes da sua partida para os Estados Unidos, Netanyahu disse que ele e Trump iriam discutir “a vitória sobre o Hamas, conseguindo a libertação de todos os reféns e lidando com o eixo do terror iraniano em todos os seus componentes”. Ele se referiu à aliança do Irã com grupos militantes em toda a região, incluindo o Hamas.

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Ajuda humanitária em causa

 

O acordo prevê a entrada em Gaza de, pelo menos, 600 camiões de ajuda por dia durante as primeiras seis semanas, incluindo 50 camiões de combustível.

Pelo menos na primeira semana, esse número foi ultrapassado, segundo a ONU, que advertiu que a ajuda enfrenta enormes desafios logísticos de distribuição entre toneladas de escombros e engenhos por explodir.


 

 

 

 

 

 

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