PAM pede ajuda à comunidade internacional para alimentar palestinos
O Programa Alimentar Mundial (PAM), da Organização das Nações Unidas (ONU), apelou nesta sexta-feira (7) à comunidade internacional para que ajude a alimentar milhões de habitantes de Gaza e informou que já enviou mais de 15 mil toneladas de alimentos desde o acordo de cessar-fogo.
“Neste momento crucial, apelamos à comunidade internacional e a todos os doadores que continuem a apoiar o PAM para salvar vidas”, disse o diretor executivo adjunto do programa, Carl Skau, após visita a Gaza.
O PAM informou também que, desde o cessar-fogo em Gaza, iniciado em 19 de janeiro, enviou mais de 15 mil toneladas de alimentos a mais de meio milhão de pessoas na Faixa de Gaza, devastada após 16 meses de confrontos.
“Pacotes de alimentos, refeições quentes e dinheiro” chegaram a mais de 525 mil palestinos no enclave, onde o PAM também administra 22 padarias e fornece farinha e combustível, afirmou Skau.
“A escala das necessidades é enorme, os progressos devem ser sustentados” e o cessar-fogo deve ser mantido, acrescentou.
A ajuda humanitária que foi levada para a Faixa de Gaza, devastada pela ofensiva militar israelense, é “grande passo na direção certa, mas não é suficiente”, afirmou.
“Precisamos trabalhar em conjunto em setores essenciais além da alimentação - água, saneamento, abrigos e até mesmo o regresso das crianças à escola”, disse ele, lembrando que tudo isso “requer financiamento”.
Skau também apelou ao apoio a Gaza para “restaurar os mercados comerciais locais e os sistemas alimentares, desde a agricultura e a transformação de alimentos até a pesca”.
A visita do funcionário do PAM à Faixa de Gaza ocorreu no momento em que Israel e o Hamas retomaram as negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo, após 15 meses de intervenção devastadora do Exército israelense em resposta ao ataque mortal do Hamas em 7 de outubro de 2023.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza se viram obrigados a deixar o local, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos superlotados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O superpovoado e pobre enclave palestino está mergulhado em grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhão de pessoas em "situação catastrófica de fome", o maior número de vítimas já registrado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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