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Internacional

PAM pede ajuda à comunidade internacional para alimentar palestinos

Programa já enviou mais de 15 mil toneladas de alimentos a Gaza
Lusa*
Publicado em 07/02/2025 - 08:32
Roma
Bandeira da ONU em caminhão com ajuda humanitária a caminho de Gaza
27/11/2023
REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
© REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa/Proibida reprodução
Lusa

O Programa Alimentar Mundial (PAM), da Organização das Nações Unidas (ONU), apelou nesta sexta-feira (7) à comunidade internacional para que ajude a alimentar milhões de habitantes de Gaza e informou que já enviou mais de 15 mil toneladas de alimentos desde o acordo de cessar-fogo.

“Neste momento crucial, apelamos à comunidade internacional e a todos os doadores que continuem a apoiar o PAM para salvar vidas”, disse o diretor executivo adjunto do programa, Carl Skau, após visita a Gaza.

O PAM informou também que, desde o cessar-fogo em Gaza, iniciado em 19 de janeiro, enviou mais de 15 mil toneladas de alimentos a mais de meio milhão de pessoas na Faixa de Gaza, devastada após 16 meses de confrontos.

“Pacotes de alimentos, refeições quentes e dinheiro” chegaram a mais de 525 mil palestinos no enclave, onde o PAM também administra 22 padarias e fornece farinha e combustível, afirmou Skau.

“A escala das necessidades é enorme, os progressos devem ser sustentados” e o cessar-fogo deve ser mantido, acrescentou. 

A ajuda humanitária que foi levada para a Faixa de Gaza, devastada pela ofensiva militar israelense, é “grande passo na direção certa, mas não é suficiente”, afirmou.

“Precisamos trabalhar em conjunto em setores essenciais além da alimentação - água, saneamento, abrigos e até mesmo o regresso das crianças à escola”, disse ele, lembrando que tudo isso “requer financiamento”.

Skau também apelou ao apoio a Gaza para “restaurar os mercados comerciais locais e os sistemas alimentares, desde a agricultura e a transformação de alimentos até a pesca”.

A visita do funcionário do PAM à Faixa de Gaza ocorreu no momento em que Israel e o Hamas retomaram as negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo, após 15 meses de intervenção devastadora do Exército israelense em resposta ao ataque mortal do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza se viram obrigados a deixar o local, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos superlotados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O superpovoado e pobre enclave palestino está mergulhado em grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhão de pessoas em "situação catastrófica de fome", o maior número de vítimas já registrado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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